Amanda chega à conclusão de que o Movimento Passe Livre prejudica o Passe Livre

As recentes atitudes do Movimento Passe Livre e do Black Bloc (aqueles mascarados que integram o grupo) foram criticadas de forma, praticamente, unânime. Tanto é que até os vereadores que antes apoiavam as manifestações e que, inclusive, propuseram o passe livre na Câmara Municipal de Natal, estão tentando desvincular as imagens deles das recentes manifestações. O exemplo mais recente disso é a vereadora Amanda Gurgel, do PSTU, que, após um novo protesto violento do grupo, enviou nota a imprensa criticando as atitudes.
“Também não concordamos com o método utilizado por este movimento, depredando patrimônio público e pichando a Câmara dos Vereadores. Da mesma forma, repudiamos as ações deste grupo realizadas na noite desta sexta-feira, dia 25 de outubro, na Cientec”, afirmou a vereadora Amanda Gurgel.
Segundo Amanda Gurgel, o Mandato dela e o PSTU são contra as ações de um grupo de jovens do MPL/Black Bloc que acamparam em frente à Câmara dos Vereadores por 10 dias. “A decisão de acampar foi tomada por responsabilidade exclusiva do MPL/Black Bloc, inclusive, contra a maioria dos movimentos da juventude, que optaram por não participar deste acampamento”, acrescentou a vereadora, tomando uma postura semelhante a já vista por outros parlamentares.
Afinal, assim como ela, o vereador Sandro Pimentel, do PSOL, outro propositor do passe livre, também afirmou esta semana, aO Jornal de Hoje, que não tem controle sobre o movimento. “Fui tentar negociar com eles, ser um interlocutor, mas não sei o que vão fazer. Só quem tem controle sobre o Movimento é o próprio Movimento”, afirmou o parlamentar, quando a Justiça determinou a saída deles da frente da Câmara Municipal de Natal.
Não era para menos essa desvinculação do MPL, do protesto “sadio” em busca do passe livre para os estudantes de Natal da forma como ele foi idealizado pelos vereadores. “Com esta atitude, o MPL/Black Bloc prejudica a luta pelo Passe Livre, afastando os estudantes e a população das mobilizações legítimas e necessárias para garantir a gratuidade no transporte”, analisou Amanda Gurgel.
Porém, não há como negar, também, que as atitudes iniciais dos parlamentares, conclamando a sociedade para se mobilizar pelo passe livre, também podem ter sido considerados como incentivos para parte dessas manifestações. “O mandato da vereadora Amanda Gurgel (PSTU) faz um chamado a todos os estudantes de Natal, em especial aos universitários e aos do ensino médio, que sofrem para chegar ao fim do mês pagando a tarifa de um transporte precário. É hora de fortalecer a mobilização pelo passe livre irrestrito. Não podemos aceitar a restrição anunciada pela Prefeitura, que ainda vai permitir que o Seturn aumente o valor da passagem do transporte”, afirmou a vereadora, logo no início da ocupação na Câmara.
Até porque, mesmo sem concordar com a ocupação, os parlamentares continuaram indo ao encontro do MPL e tentando negociar com o Movimento. “Continuei acompanhando os acontecimentos e constatei que houve até vereadores incitando a violência e a depredação do patrimônio público, o que é lastimável que aconteça”, observou a vereadora Júlia Arruda.
“Os vereadores que apoiam os marginais deveriam pagar pelos prejuízos causados ao Patrimônio Público”, disse o vereador Adão Eridan, do PR, que percebeu bem antes de Amanda Gurgel, por exemplo, que não se tratava de um protesto “legítimo”. “É um grupo de baderneiros que ocupou a avenida, está fumando maconha e até fazendo suas necessidades fisiológicas na via pública”, protesta o vereador.

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