Editorial UNIBUS RN: Momentos de tensão

Nada melhor do que parafrasear o apresentador de TV Luciano Huck para dar título ao nosso editorial de hoje. O lema que ele usa ao apresentar o quadro “Agora ou Nunca” do seu programa semanal de TV, na Rede Globo, expõe bem a situação em que Natal se encontra no momento.
Isso acontece por mais um fato que envolve diretamente o transporte público. Local onde se iniciaram as manifestações de junho pelo país, e que se acostumou desde 2011 a ver protestos em prol de melhorias no sistema de ônibus e de trânsito, a capital potiguar volta a falar de protestos no seu cotidiano.
Nas esquinas, não se fala em outra coisa. As rodas de conversa tem esse tema como o principal. Desta vez, o motivo dos protestos é o polêmico projeto que institui o Passe Livre para os estudantes natalenses.
Obviamente, esse é um projeto de suma importância para o desenvolvimento da educação na cidade. Muitos pais não possuem condições de pagar a passagem, mesmo que pela metade do preço, para seu filho estudar em uma escola melhor. Tendo que ficar no seu bairro, periférico em algumas situações, ele vai encontrar um nível de ensino muito abaixo das principais escolas da cidade. Tal fato, certamente, vai acarretar em um nível de conhecimento abaixo do esperado, prejudicando o desenvolvimento daquele indivíduo.
Mas, não estamos aqui debatendo o tema da educação ao falar do Passe Livre. Nosso foco é o transporte, debatendo o que tal medida pode causar no sistema, além dos benefícios e malefícios da liberação da catraca para quem estuda.
Tais situações já foram debatidas e mostradas no UNIBUS RN incessantemente. Inclusive, nos próximos dias, ainda mostraremos reportagens sobre esse tema.
Fechando esse parêntese da educação, voltamos ao foco do nosso Editorial: os protestos. Ora, é um fato que aqueles que defendem “uma vida sem catracas” estejam se articulando para alguma manifestação. Inclusive, eles já fazem seus atos atualmente, acampando em frente a Câmara Municipal – infelizmente, causando baderna e depredando o patrimônio público.
Só que, como dissemos mais acima, o natalense está preocupado. O que ele viu em junho ainda está fresco na sua memória. Protestos grandiosos que acabaram em violência, depredação, tumulto e em inúmeros transtornos na cidade.
Isso sem falar, voltando a citar o apresentador de TV, em momentos de tensão. Natal, se voltar a sediar manifestações, vai ficar sitiada. O comércio vai ficar vazio, as empresas não irão produzir mais ao liberar seus funcionários mais cedo e o desenvolvimento de várias áreas, como a própria educação (principal interessada na implantação do Passe Livre) vão sofrer um duro golpe.
Então, com o veto incontestável da Prefeitura e que foi referendado pelos Vereadores, é preciso se conformar e pensar em uma solução para a gratuidade proposta e rejeitada. Afinal de contas, ainda não ficou claro quem vai pagar a conta caso ela volte a ser discutida e aprovada.
Com isso tudo, fica o nosso pedido de paz e de uma discussão mais apurada nesse polêmico e delicado tema. Protestar até pode, desde que seja pacificamente, ordeiramente, e sem tirar o direito de ir e vir de quem paga a passagem inteira ou que não anda de ônibus.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo