Empréstimo para mobilidade pagaria três anos do passe livre em Natal, diz Vereadora

No mínimo, uma inversão completa de valores. É assim que a vereadora de Natal, Amanda Gurgel, do PSTU, está classificando a tentativa da Prefeitura de pedir emprestados R$ 144 milhões para usar parte desse recurso em obras de mobilidade urbana de Natal. Em manifestação feita nesta semana, na Câmara Municipal, a vereadora afirmou que “o que está sendo debatido nesse momento é um salto em progressão geométrica na dívida do município. No final das contas, o grande legado da Copa vai ser esse: uma dívida impagável para o Município”.
Isso porque, segundo Amanda Gurgel, a atual dívida do município é de R$ 182 milhões e, com o novo empréstimo, a quantia devida subirá para os R$ 400 milhões – lembrando que esse valor é para pagar apenas a contrapartida da obra e comprar equipamentos para a nova sede da Câmara e da Prefeitura. “Não seriam as obras mais urgentes com relação à mobilidade urbana. Ônibus não é transporte de massa. Nenhum transporte que circule na malha viária é transporte de massa. Então, acredito que seja a hora de se discutir é VLT e metro, que são realmente transportes de massa”, afirmou Amanda Gurgel.
De qualquer forma, segunda a vereadora do PSTU, com os recursos que o município vai pedir emprestado, seria possível assegurar três anos do passe livre para estudantes de Natal. E esse não seria o único dado que revelaria essa “inversão de valores” dito por Amanda Gurgel. “Só de juros do empréstimo, serão R$ 88,9 milhões. Esse valor é o dobro do valor previsto para ser utilizado na construção de unidade de pronto atendimento (UPA) do plano pluri-anual (2014-2017). Ou seja: ao invés de construir duas UPAs, poderia ser construídas quatro se o município usasse o valor pago em juros para investir na saúde”, analisou Amanda.
Além do passe livre e saúde, a Prefeitura também poderia investir consideravelmente em educação com o dinheiro do empréstimo. “Somente com os juros seria possível construir 74 CMEIs, ao custo de R$ 1,2 milhão cada um, com capacidade de atendimento para 224 crianças”, acrescentou. “Os vereadores precisam refletir mais sobre essa questão. Essas obras estão sendo colocadas como uma fatalidade e não é assim”, ressaltou.
Fonte: Portal No Ar

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