A Câmara Municipal de Natal aprovou ontem o pedido de empréstimo no valor de R$ 70 milhões, feito pela Prefeitura, para as obras de mobilidade urbana que serão erguidas no entorno do Arena das Dunas. Os dois lotes contemplados com o empréstimo incluem construção de estações de embarque e desembarque e túneis e viadutos em diversos pontos da avenida Prudente de Morais. Diferente da sessão da quarta-feira, quando os vereadores, depois de muitas discussões, aprovaram a dispensa de tramitação e votaram pelo empréstimo de R$ 35 milhões, a sessão de ontem não teve debates tão acalorados. Manteve-se o quadro de votações da sessão anterior. O empréstimo foi aprovado com apenas três votos contrários: Sandro Pimentel (PSOL), Amanda Gurgel (PSTU) e Marcos Antonio (PSOL).
“Pela importância para cidade de Natal e o prazo que os projetos deveriam ter sido tocados no governo anterior, a equipe do prefeito conseguiu salvar os projetos e agora é preciso aprovar para salvar”, destacou o líder do prefeito Júlio Protásio (PSB).
A vereadora Júlia Arruda (PSB) lembrou que a votação dos empréstimos não estava ocorrendo a “toque de caixa”, já que antes os auxiliares de primeiro escalão do prefeito Carlos Eduardo estiveram na Câmara para explicar cada uma das propostas. “Não temos mais tempo a perder, recuperar o tempo perdido da gestão passada. Diferente de outros anos, quando a prefeita passava o rolo compressor. Estamos tendo as informações, debatemos o projeto, secretários estiveram aqui para explicarem e debaterem o projeto”, analisou Júlia.
Até mesmo integrantes da bancada oposicionista foram favoráveis ao empréstimo. Fernando Lucena (PT) alertou para necessidade das obras serem concluídas antes da Copa de 2014. “Natal perdeu muito em mobilidade com a gestão passada. O que se deve hoje a recuperar esses recursos é a Virgínia Ferreira. 80% dos recursos vem do Governo Federal. Voto favorável e tomara que seja concluído antes da Copa, porque, senão teremos buraco de tatu”, disse o petista.
Na sessão de ontem, os vereadores ainda repercutiram o episódio da última quarta-feira, quando um grupo de vereadores condicionou a aprovação do regime de urgência dos projetos de financiamento à liberação das emendas individuais no orçamento, cada uma no valor de R$ 274 mil.
O vereador Luiz Almir (PV), que integrou o grupo recebido pelo prefeito Carlos Eduardo na última quarta-feira a noite, negou que o ato seja barganha. “Ninguém barganhou nada. Havia recurso que foi dividido para os 29 vereadores, cada um indicar onde gastar 274 mil. Fomos pedir ao prefeito compromisso, sem barganhas. Que as nossas emendas sejam cumpridas”, disse o vereador.
Bertone Marinho (PMDB) disse que o grupo de vereadores pediu “respeito” do Executivo pela Câmara. “Fomos pedir para o prefeito respeitar a Câmara. As nossas emendas não são conto de fadas. O que pedimos é para ele cumprir mesmo”, comentou o vereador.
Fonte: Tribuna do Norte