O número de assaltos a ônibus, no Rio Grande do Norte, já é quatro vezes maior do que no mesmo período do ano passado. Uma das consequências da violência são motoristas e cobradores estão abandonando o serviço para cuidar da saúde.
Dentro dos ônibus, passageiros assustados. “Eu não carrego nem nada de valioso na bolsa, senão vou ficar sem, né?”, diz um homem.
O medo é por conta do número de assaltos a ônibus registrados este ano no Rio Grande do Norte. De acordo com dados do Sindicato dos Rodoviários, de janeiro a agosto, foram 522 roubos. É quase quatro vezes mais do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 140 coletivos foram assaltados. As imagens do circuito interno mostram que os bandidos agem a qualquer hora do dia. Em uma, o criminoso rende o cobrador e leva todo o dinheiro do caixa. “Eles vêm com violência, com uma faca no pescoço. E ‘bora, bora, seu fuleiro que isso é assalto’”, conta um motorista.
A violência nos assaltos está traumatizando os funcionários das empresas de ônibus. Segundo o sindicato das empresas, dos 120 motoristas e cobradores afastados por licença médica este ano, 96 foram por trauma da ação dos bandidos.
Um cobrador, que prefere não mostrar o rosto, foi assaltado duas vezes só neste ano e está sem trabalhar. “O assaltante bateu no meu rosto com uma pistola, chegou a cortar acima do olho. Aí, depois disso, quando subia qualquer passageiro, principalmente de boné, a gente fica logo com medo, né”, conta.
Por conta do alto número de roubos, a Polícia Militar intensificou as operações dentro dos ônibus. “É que muitas vezes eles sobrem no ônibus e o motorista não tem como identificar se eles são deliquentes. Quando tem, por exemplo, botão de pânico, eles acionam a viatura, e a viatura vai até o local. Já conseguimos prender alguns na prática do delito”, declara o coronel Francisco Araújo, comandante-geral da PM-RN.
Fonte: TV Globo
