Há quem diga que o sistema de transporte público de Natal possa ter perdido em número de ônibus após a revogação do aumento das tarifas – situação que pode ter gerado prejuízo aos empresários do sistema. Segundo os próprios usuários, a espera pelo transporte passou a ser mais longa e os atrasos aos compromissos pessoais mais constantes.
Porém, de acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), não houve redução da frota, informação também confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Seturn), que possui a concessão dos serviços de transporte público em Natal. Atualmente, 713 veículos atendem a demanda da capital potiguar.
A reportagem chegou a questionar esse possível problema com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintro), mas o presidente sindical que representa a categoria dos motoristas, Nastagnan Batista, declarou que não há como comprovar esse problema. “Não tenho conhecimento dessa redução da frota, apesar de algumas reclamações já terem chegando a mim. E não temos como comprovar nada, uma vez que não tivemos demissão no nosso quadro de profissionais”, afirmou.
Entretanto, o que se houve nas ruas são apenas reclamações dos usuários que dependem do transporte público. A farmacêutica Danielle Delgado disse à reportagem que demora, em média, 1h30 para conseguir chegar ao trabalho. “Como se não bastasse a demora do próprio trajeto, estou passando mais tempo nas paradas de ônibus. Acredito sim que deve ter ocorrido alguma redução na frota”, disse ela, que todo dia sai de Nova Parnamirim até Felipe Camarão.
Mário Sérgio, 45, também disse que notou certa diferença nos horários dos ônibus, mesmo não utilizando o sistema diariamente. “Houve um tempo em que eu passava apenas 15 minutos esperando um ônibus. Hoje, já se foi meia hora de espera”, criticou. “Certamente devem desmentir isso, mas é notório que as paradas de ônibus têm cada vez mais pessoas esperando”, disse.
A estudante Glenda Ferreira também não pensa diferente. “Depende muito do horário que gente precisa de um ônibus, mas não era para ser assim. É para ter ônibus de todas as linhas disponíveis conforme demanda dos horários. Ao redor da UFRN, por exemplo, notei que algumas linhas deixaram de passar”, declarou.
Fonte: Jornal de Hoje