A Avenida Moema Tinoco, uma das principais vias de acesso para as praias do litoral Norte e para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Pajuçara, continua sendo um problema para moradores do bairro e também para turistas. Repleta de buracos, a via tem gerado dificuldade para os que tentam passar com carros, motos e principalmente ônibus.
A Moema Tinôco foi anunciada pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (SIN) como uma das vias do Pró-Transporte. De acordo com a Secretaria, a assinatura da ordem de serviço com a empresa classificada aguarda apenas o aval da Caixa Ecônomica Federal sobre os documentos da licitação. O envio da documentação foi realizado no último dia 4 e a expectativa da SIN é de que uma resposta seja dada pelo banco 15 dias após o recebimento.
Em um ponto da avenida situado no loteamento Brasil Novo, o alagamento fez com que o analista de sistemas Guilherme Vieira, 26, desistisse de ir para Jenipabu passar o fim de semana com a família. “Essa situação é complicada. Quando chove, fica complicado. Queria levar minha família para Jenipabu, mas desisti porque o risco de danificar o carro é muito grande. Estou voltando para Natal e acho que vou para outra praia, talvez Ponta Negra”, relatou Guilherme.
Morador do loteamento Jardim Brasil, Jeferson Andrade, 31, explica que o alagamento nessa área prejudica a população de vários conjuntos nas proximidades, como Novo Horizonte, Brasil Novo, Alto da Colina e Jardim Brasil.
Segundo ele, o projeto estadual do programa federal Pró-Transporte, que envolve obras de duplicação, drenagem, esgotamento sanitário e pavimentação na via não acontecerá mais porque o governo não tem como indenizar as famílias que moram ao redor. “A Moema Tinoco foi retirada do Pro-transporte devido à dificuldade de indenização. Os valores oferecidos para desapropriação em geral são baixos e os moradores não concordam”, informou Jeferson. O programa federal visa o financiamento de obras de mobilidade urbana, atendendo prioritariamente áreas de baixa renda.
Em um dos trechos do alagamento, os moradores tiveram que fazer uma barreira com sacos de areia para evitar que a água invadisse o Cemitério de Pajuçara e provocasse danos no local. “Faz mais de quatro anos que lutamos para que isso seja resolvido”, afirmou Jeferson Andrade.
Para quem precisa trafegar pela estrada por motivos de trabalho, os transtornos acarretam em prejuízo financeiro. Segundo o entregador de material de construção Edilson Braz, 43, além dos acidentes no local serem constantes, as entregas na região são um problema. “Relatos de acidentes é o que não falta aqui e sempre que chove na área prejudica as entregas”, comentou. Ainda de acordo com Edilson, os veículos quebram ao passar pelo buraco.
Durante a reportagem, três adolescentes passavam descalços dentro da água barrenta à procura de placas de placas de veículos, conforme explicou Jeferson Andrade. “Eles acabam usando esse problema como forma de ganhar algum dinheiro, com a venda das placas”, disse.
A Tribuna do Norte tentou entrar em contato o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e com a Secretaria Estadual de Infraestrutura (SIN) para esclarecer os problemas na avenida Moema Tinoco, mas não obteve êxito.
Foto: Alex Régis (Tribuna do Norte)
Fonte: Tribuna do Norte