O presidente da União Brasileira de Municípios (UBAM), Leo Santana, solicitou audiência com a presidente Dilma Rousseff. O objetivo do encontro, ente outros assuntos que envolvem a situação precária das prefeituras, é para sugerir ao governo a criação do Programa Bolsa Transporte Estudantil, objetivando conceder apoio financeiro mensal a todos os estudantes matriculados na rede oficial, desde o ensino médio até o superior, que obtenham freqüência normal à sala de aula.
O benefício objetiva também atender o magistério, propiciando aos professores mais condições de se deslocarem às salas de aulas.
A UBAM defende reforço nos recursos destinados à aquisição de ônibus escolares para todos os municípios brasileiros, a fim de acabar de vez o transporte alternativo e inseguro dos estudantes, que são obrigados a assistirem aula em outras cidades, sendo, muitas vezes, transportados nos chamados “pau de arara”.
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
Leo Santana destacou a legitimidade dos protestos e disse que esse movimento reivindica não só do passe livre, mas as mudanças tão esperadas, desde a promulgação da Constituição de 1988, no quadro político administrativo do Brasil atual. Ele disse que a única alternativa para o enfrentamento das dificuldades financeiras dos alunos de baixa renda é a adoção de um programa que apóie os estudantes sem quebrar a iniciativa privada representada pelas empresas de transportes coletivos.
Segundo Santana, um estudante gasta em média R$ 220,00 com passagem de ônibus coletivo, inviabilizando até sua freqüência, devido à falta de emprego e a baixa renda das famílias brasileiras.
Ele protestou contra o governo da União que disponibilizará 31 bilhões de reais para garantir a realização da Copa, entretanto mantém um sistema educacional fajuto e um quadro de saúde pública falida e irresponsável.
Os investimentos para a Copa estão em R$ 28 bilhões, e a maioria é em mobilidade urbana. São 51 obras ao todo, espalhadas pelas doze cidades que vão receber a Copa. Este valor deve englobar o aumento das obras do Maracanã e do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Em orçamento anterior estes estádios ainda estavam com os custos antigos, de R$ 800 milhões e R$ 1,01 bilhão, respectivamente. Desde o início do ano, porém, vários aditivos foram aprovados e as obras terminaram com custo de R$ 1,049 bi e R$ 1,2 bilhão. Estes valores não incluem obras de acessibilidade e entorno dos estádios.
“Para se promover as transformações necessárias no país, é preciso desenvolver ações que priorize a educação, como marco principal para um Brasil desenvolvido e sustentável”, diz o presidente da UBAM.
Fonte: Blog do Jamildo (PE)