Garagem.com: Antes transportar bem do que transportar muito – parte I

Desde que eu passei a compreender melhor o mundo dos transportes – ônibus principalmente – que eu venho desenvolvendo uma admiração pelas empresas de pequeno e médio porte. Para mim esse tipo de empresa possui uma oportunidade ímpar de fazer a diferença no dia a dia das operações. Como? Vamos lá!
Para melhor ilustrar, vou dar um excelente exemplo: Empresa Alves. Quem teve a oportunidade de ver ou andar num ônibus dela sabe do que vou falar. É impressionante o grau de conservação que os ônibus dela possuem. Sempre limpinhos, parecem ter saído da concessionária há poucos dias. E tenho certeza que seus serviços são tão bons quanto seus ônibus. Tenho muito orgulho desta empresa!
Outro bom exemplo é a Viação Campos. Há tantos anos transportando as pessoas para belos destinos do nosso litoral sul. Sempre que ando num ônibus dela desço com um sorriso de satisfação no rosto. Ela é a melhor representante para mostrar como uma empresa de ônibus pode se integrar a uma cultura local. Sinceramente, “Tabatinga não é Tabatinga sem a Campos”. Vida longa para esta simpática empresa!
Num âmbito mais urbano, temos a Cidade das Dunas. Considero ela a melhor empresa da Região Metropolitana. Além de manter uma frota em exemplar estado de conservação, têm comprado nos últimos anos ônibus com configuração que privilegia o conforto do passageiro, coisa rara nesses dias. E é também uma das pouquíssimas empresas onde é possível ver motorista utilizando o cinto de segurança. Confesso: invejo os felizes passageiros de Nova Parnamirim.
Quando me lembro dessas três empresas logo me vem à mente a frase “transportar bem é melhor que transportar muito”. Defendo essa ideia e creio que os dirigentes das empresas citadas já devem agir em conformidade com algum pensamento nesse sentido. Existem mais exemplos desse tipo de empresa, felizmente, mas vou ficar apenas com essas três neste texto. 
Existem ainda empresas de grande porte que realizam um excelente trabalho, como a Guanabara, do Ceará. Mas a vejo como uma exceção à regra. Posso dizer que sou testemunha da queda na qualidade do serviço à medida do crescimento de uma empresa. Pode parecer muito subjetivo, mas, acredito que quando o faturamento torna-se prioridade numa empresa, a coisa desanda. 
Óbvio! Uma empresa privada precisa lucrar para continuar sobrevivendo – à concorrência, por vezes desleal, e aos gestores públicos que não estão dando a mínima para o transporte público – num meio tão conturbado. Mas tenho a fé de que quando o passageiro é o centro das atenções o lucro torna-se a consequência de um bom serviço prestado.
Finalmente, tenho consciência de que o setor de transportes terrestres enfrenta uma crise grave, mas me apego a grandes pequenas empresas que com amor ao que fazem, mostram que é possível sobreviver, caminhando de mãos dadas com os passageiros, enfrentando a crise juntos! É assim que se faz transporte! Na próxima semana me aprofundarei no assunto. Até lá!
Rossano Varela

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