Editorial UNIBUS RN: A bruxa está solta

Uma semana de fatos impressionantes envolvendo o transporte potiguar. Há muito tempo, não se viam tantos acidentes que contavam com ônibus como personagens em um curto espaço de tempo. Do dia 10 ao dia 17, exatos sete dias, quatro acidentes chamaram a atenção da sociedade.
O primeiro foi o mais grave deles, culminando com a morte de um estudante na Bernardo Vieira. Como você está acompanhando aqui no UNIBUS RN, tudo caminha para que o motorista do ônibus seja considerado culpado pela absurda colisão da manhã de 10 de julho.
Se não bastasse somente esse acidente, outros três ocorreram pouco depois: no dia 11, um ônibus da Santa Maria ficou preso em uma cratera próximo a linha do trem, em Cidade Nova – foi preciso a CBTU interromper o tráfego de trens por conta do acidente. Já no dia 15, em São Paulo do Potengi, um ônibus escolar também fica preso em uma cratera, deixando uma importante via da cidade interditada. Por último, no dia 17, um ônibus da Nordeste tem sua frente destruída após um acidente na BR 304, em Parnamirim. Por sorte, em nenhum desses casos, não houveram mortes – houveram feridos apenas no último acidente.
O que estaria acontecendo no transporte potiguar? Falta de treinamento, falta de manutenção dos veículos, falta de manutenção das vias ou é somente uma falta de sorte dos envolvidos?
Não dá pra apontar somente um dos motivos citados. Pode-se dizer que a junção de todos eles fez com que a bruxa estivesse solta no transporte potiguar nesse curto espaço de tempo.
Infelizmente, nossos motoristas não possuem o devido treinamento – e ainda promovem um festival de imprudências nas ruas e estradas. Há de se ressaltar, também, que nossa malha viária e a sinalização das vias é muito deficiente – situação essa que se agrava com o período chuvoso. Os ônibus também não possuem a melhor das conservações e são muito velhos em alguns casos.
Se juntarmos tudo isso, dá pra entender o porquê de a bruxa estar solta no transporte potiguar. A situação é tão ruim que a chance de um usuário ou operador ter uma situação azarada é muito grande.
Já cansamos de dizer aqui o que é preciso para que situações como as que vivenciamos nos últimos dias não voltem a se repetir. Mas, como a inércia de quem pode mudar o panorama é muito grande, é interessante que quem anda de ônibus, ou trabalhe em um, faça sua parte para a melhoria do transporte, benzendo os veículos ou jogando água benta neles para deixar o azar bem longe de si.

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