O delegado Sérgio Leocádio, titular da Delegacia Especializada em Acidentes de Veículos começou a ouvir as vítimas do acidente que resultou na morte do estudante Davi Teixeira, de 14 anos, na última quarta-feira (10), após colisão de um trem com um ônibus da linha 10/29 da empresa Reunidas.
Umas das vítimas, que preferiu não se identificar, uma diarista de 36 anos, diz que até agora está traumatizada. “Abandonei o meu trabalho, pois não consigo mais andar de ônibus. Fico com medo de que tudo aconteça de novo”, diz a diarista.
Ela conta que costumava pegar o ônibus diariamente para chegar ao trabalho em Ponta Negra. Na manhã do acidente, porém, a diarista diz que pegou o ônibus já lotado no terminal de Nova Natal, na Zona Norte, cerca de dez minutos mais cedo do que o habitual.
A diarista usa este argumento para questionar o fato de o motorista estar em alta velocidade. “Reparei que ele estava correndo muito, comentei até com uma pessoa no ônibus”, disse.
Outra passageira da linha 10/29, que também estava no ônibus no dia do acidente, a assistente administrativa Maria Edneide Oliveira Leite, de 31 anos, diz que também costumava pegar o ônibus todos os dias, mas que naquele dia especialmente se atrasou e acabou pegando o ônibus da 6h25, sem imaginar que o mesmo ia colidir com o trem instantes depois.
Ela revela ainda que durante toda a viagem percebeu que o motorista estava conversando com alguns passageiros e que isso pode ter feito com que ele ficasse desatendo e não visse o trem. “Foi terrível, agora toda vez que entro em um ônibus já fico com medo”, desabafou.
Fonte: Portal No Ar
