Dia 13 de junho de 2014 a Arena das Dunas, de acordo com o cronograma da Fifa, deve realizar o primeiro jogo de uma Copa do Mundo em Natal. O estádio, conforme adiantou o diretor de marketing da OAS Arenas, Marcelo de Paula Souza, no Novo Fórum RN, vai ser quase um centro de convenções, aberto às mais diversas oportunidades de negócios. Por outro lado, a capital, segundo empresários locais, não se preparou para receber os turistas que devem visitá-la entre maio e junho do próximo ano. Com exceção da Arena e do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, as obras de mobilidade, prometidas como o grande legado da competição, ainda não passam de promessas.
O presidente da Fiern, Amaro Sales, está no bloco dos que lamentam que as obras de mobilidade não tenham transformado a cidade em um canteiro de obras: “É triste, mas é verdade”.
Amaro Sales ressalta que a falta de obras de mobilidade é uma decepção geral para a população, principalmente, porque se criou uma expectativa de algo que não aconteceu até agora. Ele comenta que pelo anunciado, a cidade deveria ter mais obras além da Arena das Dunas e do Aeroporto com melhoria das ruas com alargamento e prolongamento, drenagem, pavimentação, novos viadutos, elevados e VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
Mesmo assim, torce que esse conjunto de obras aconteça como a drenagem de Lagoa Nova. “Alguma coisa vai chegar”, acredita. Por outro lado, a reestruturação da Avenida Engenheiro Roberto Freire, em Capim Macio, mesmo com a possibilidade de causar transtornos a moradores e turistas, é bem-vinda. “É preferível que a obra aconteça”, sublinha.
Para a população, a falta das obras é um impacto negativo porque sempre se associou a Copa a elas (obras), analisa o diretor de comunicação e marketing do Sindicato da Construção Civil do RN (Sinduscon),Carlos Luiz Cavalcanti. Ele lamenta que as obras de mobilidade, prometidas como o grande legado da competição, não tenham começado.
Ao mesmo tempo Cavalcanti argumenta que mesmo com os anúncios de obras feitos pelos gestores, dificilmente haverá tempo de se construir alguma coisa até 2015. “Talvez, obras de maquiagem como calçadas deem tempo de sair, mas as estruturantes como a Engenheiro Roberto Freire e o Complexo da Urbana, não. E, mesmo assim, podem causar transtornos à população e aos turistas na época da Copa”, avalia o diretor do Sinduscon.
Para o superintendente do Sebrae/RN, José Carlos Ferreira de Melo (Zeca Melo), a falta de mobilidade é lastimável mas não se pode perder o otimismo. “A Copa é um fato, temos o Arena das Dunas e o Aeroporto. A iniciativa privada deve aproveitar o momento de grande fluxo de turistas e dessas obras para ganhar dinheiro”, complementa.
O presidente da Fecomercio, Marcelo Queiroz critica a não realização das obras de mobilidade. “O atraso nestas obras, e a certeza de que muitas delas não sairão antes do Mundial da Fifa, além de frustrar os norte-rio-grandenses”, comenta. De acordo com ele, a população esperava que o evento deixasse um legado considerável de mobilidade urbana que também não promoveu a circulação do dinheiro a ser investido nas intervenções que provocariam um efeito positivo muito grande na nossa economia. “Basta verificarmos que nos locais onde estas obras caminharam com maior celeridade, os números do mercado deram resposta, emplacando altas seguidas, notadamente no volume de vendas do comércio e nos empregos gerados”, lamenta.
Como representante de classe, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/RN), Habib Chalita Júnior, acha que as obras de mobilidade, que ainda não foram feitas, deveriam ser o grande legado da Copa.
Mesmo assim, Chalita Junior acha que isso não pode gerar uma grande frustração porque só o fato de a cidade sediar jogos da Copa já traz grandes benefícios, principalmente, no setor turístico.
Natal, lembra o presidente da ABIH-RN, tem uma vantagem grande para o turista em relação às demais cidades-sedes. A proximidade entre a Arena das Dunas, as vias de deslocamento até e o local de hospedagem onde o turista estará na praia.
“Para aproveitar esses benefícios, mesmo que a Engenheiro Roberto Freire esteja em obras, é preciso fazer um bom planejamento com sinalização eficiente no corredor praias, vias de circulação e Arena das Dunas. Esse corredor tem cerca de 12 km, no máximo”, explica.
Fonte: Novo Jornal