Copa 2014: Faltando um ano para o Mundial, Natal não tem nenhuma obra de mobilidade urbana em andamento

Daqui há exatamente um ano da primeira partida da Copa do Mundo 2014 na Arena das Dunas, palco de quatro jogos na primeira fase da competição, Natal praticamente não tem uma obra sequer de mobilidade urbana iniciada. Até agora, a cidade não virou um canteiro de obras como se previa. De certo há somente a conclusão da Arena das Dunas, prevista para 31 de dezembro deste ano, e do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, cuja operacionalização foi anunciada para abril de 2014.
Em Natal, uma das doze cidades-sede dos jogos, os projetos previstos para melhorar o fluxo dos turistas encolheram mas os custos aumentaram. As duas obras de mobilidade da responsabilidade do Governo do Estado, o prolongamento da Prudente de Morais e os acessos ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, passaram de R$ 42 milhões para R$ 133 milhões, um incremento de 216%.
No caso das obras de responsabilidade da Prefeitura de Natal, há uma curiosidade: o orçamento inicial de R$ 338 milhões do PAC da Copa, anunciado em 2010 pela então prefeita Micarla de Sousa, continua o mesmo, apesar de os projetos terem sofrido alteração com a redução das intervenções.
O secretário extraordinário para Assuntos da Copa 2014 (Secopa) e diretor geral do DER, Demétrio Torres, explica que cada esfera governamental (União, Estado e Município) tem obras específicas. Ao Estado cabe o prolongamento da Avenida Prudente de Morais e acessos ao Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante; a Prefeitura é responsável pelas obras de mobilidade do entorno da arena e a União pela a construção do aeroporto.
Sobre os atrasos das obras de prolongamento da avenida Prudente de Morais e alteração dos valores, Demétrio Torres argumenta que, na primeira licitação, esqueceram de incluir no projeto dois túneis essenciais para a viabilidade do projeto. O custo inicial de R$ 27 milhões passou para R$ 60 milhões, mais que o dobro. Tudo, segundo o secretário, porque faltaram cuidados primários como a inclusão de dois túneis.
Depois de prazo e mais prazos, a obra sinaliza para sua finalização. O último prazo foi maio, mas por causa das chuvas teve de ser reprogramado para o final desse mês. Quando a chuva cessar, a obra será concluída em 20 dias de trabalhos ininterruptos, condicionou Torres.
Os acessos ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante também estão na cota estadual das obras da Copa. São 29,3 km de estradas em pista dupla, que devem ligar o novo aeroporto às rodovias BR 406, BR 304 e BR 226 à BR 101. Demétrio Torres detalha que o projeto inicial tinha só tinha uma ligação e o governo teve de aumentar o contorno para que se chegasse à BR 304, embrião para o futuro anel viário da Região Metropolitana de Natal.
A importância da obra é essencial para que se chegue ao Arena das Dunas e à BR 101 com outro viés econômico, pois vai facilitar a ligação com o aeroporto das regiões de Mossoró, produtora de frutas, sal e cimento; Macau, maior polo salineiro do país; e Guamaré, onde está a refinaria Clara Camarão.
Há 15 meses foi realizada a primeira licitação para as obras de acesso, mas ainda não se vê máquinas trabalhando em sua execução. Desde então, os custos cresceram 4,8 vezes. Passaram de R$ 15 milhões para R$ 73 milhões. Mas o secretário garante que no final do mês as máquinas estarão em funcionamento.
Muito do atraso é devido à morosidade nos acordos com os proprietários de terras por onde as obras vão passar, mas já há 12 km liberados através de negociações. Muitos deles doaram terrenos. Para o secretário, o retorno aos proprietários de imóveis virá com a valorização da área diante da operacionalização do aeroporto.
Fonte: Novo Jornal

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