De acordo com a página do movimento no Facebook, até às 14h desta seguna exatos 6.159 pessoas haviam declarado que irão participar do movimento. No texto de convocação, os organizadores pedem para os participantes levarem panelas, apitos, taambores e instrumentos de percussão. “As principais cidades do Brasil que estão em luta contra o aumento da tarifa de ônibus, estão indo às ruas, em revolta contra o aumento da passagem nos ônibus, e por um transporte público de qualidade. Nos últimos meses temos acompanhado não só em Natal/RN, mas em várias cidades do Brasil, um verdadeiro ataque por parte dos governos de plantão em conjunto com empresários do transporte privado, aos interesses da população brasileira, com seus ônibus sucateados, motoristas acumulando funções, ausência de linhas em todos os horários, esperas gigantescas pelo transporte, unificação de linhas que diminuem os percursos, paradas destruídas e péssima malha viária, ainda reajustaram suas tarifas sem trazer nenhuma melhoria efetiva na qualidade do sistema de transporte em nossa cidade, quando as mesmas já são um grande fardo para o bolso do povo”, diz o comunicado.
Assim como nos demais protestos, a expectativa agora fica por conta da justiça. Nas manifestações anteriores, o juiz federal Magnos Delgado encaminhou ofício às polícias Militar e Rodoviária Federal solicitando, se necessário fosse, o uso da força para evitar que os manifestantes interrompam o fluxo de veículos na BR-101, impedindo o ir e vir da população. Em São Paulo, na última movimentação, várias pessoas ficaram feridas.
SINTRO recomenda o recolhimento da frota às 16:00: O Presidente do Sintro (sindicato dos rodoviários), Nastagnam Batista, informou, em entrevista à Rádio 95 FM, que nesta quinta, a partir das 16 horas, os ônibus que chegarem em seus pontos finais serão destinados diretamente as suas respectivas garagens. A atitude, segundo Nastagnan, será tomada para garantir a segurança dos operadores do transporte coletivo durante o protesto.
Protestos iniciados em Natal são citados na imprensa internacional: Com os olhos voltados ao país devido à proximidade da Copa do Mundo e realização da Copa das Confederações, o Brasil ganhou as manchetes dos principais veículos de comunicação do mundo nesta terça-feira (18), após as manifestações populares em 12 capitais do país, além do Distrito Federal. Natal, que não teve movimentações no dia 17, foi lembrada como o local de onde começaram as mobilizações atuais.
O Ney York Times, dos Estados Unidos, destacou que milhares de pessoas ganharam as ruas em protestos nas maiores cidades do país. A publicação enfatizou as mobilizações em São Paulo como “tranquilas”, relatou a ocupação do Congresso Nacional, em Brasília, mas destacou que no Rio de Janeiro houve tumultos, citando a tentativa de invasão à Assembleia Legislativa do Estado.
Ainda no NYT, Natal é citada como pioneira nas revoltas populares recentes. O jornal não falou sobre os protestos do ano passado, quando manifestantes cobraram a saída da então prefeita Micarla de Sousa e também a redução da tarifa de ônibus. “Protestos similares (aos de ontem) emergiram em maio, em Natal, uma cidade no nordeste do Brasil, e, neste mês, em São Paulo, após as autoridades majorarem o preço das passagens de ônibus”, disse a publicação.
O Le Monde, da França, também destacou os protestos no Brasil. A publicação citou os “gastos exorbitantes” na preparação para a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos como foco principal dos protestos, além da cobrança por saúde e educação.
A publicação francesa comparou a mobilização brasileira às que ocorreram na Turquia e disse que as redes sociais contribuíram para a organização dos protestos, assim como na rápida propagação de imagens dos protestos.
No site do espanhol El País (elpais.com), os protestos no Brasil ganharam um destaque contínuo na parte superior da página principal, além da manchete, que destacou o valor histórico dos protestos. “A subida do transporte se voltou como pretexto para lutar por uma sociedade mais justa. Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de São Paulo de forma pacífica, enquanto o Rio viveu uma noite com problemas”, disse a publicação.