A insegurança pública continua assustando usuários, cobradores e motoristas de ônibus de Natal, causando protesto dos trabalhadores do transporte de passageiros. Nesta segunda-feira (17), os funcionários dos ônibus interditaram o trânsito nos bairros do centro da cidade com apoio do Sindicato dos Profissionais de Transporte do Rio Grande do Norte (Sintro/RN). O motivo da paralisação foram os 13 assaltos registrados no último fim de semana na região metropolitana, segundo o Sintro.
Mais do que números, as estatísticas revelam que a onda de criminalidade tem aumentado. De acordo com o Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) no mês de maio, foram registrados 33 assaltos nas linhas do transporte coletivo da região metropolitana que incluem Natal, Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo e Extremoz.
Os dados da Polícia mostram que no mês de maio, a média era de um assalto por dia e no fim de semana o número quadruplicou. De acordo com o comandante do Policiamento Metropolitano, Alarico Azevedo, os números da violência no transporte público devem ser ainda maiores, já que os funcionários vítimas de assaltos registram boletins de ocorrência nas delegacias e não acionam a Polícia através do telefone. “Os números da Polícia nem sempre são absolutos porque os funcionários vão direto às delegacias e informam as empresas, ficando os casos sem investigação”, explica o coronel.
A única medida de proteção aos motoristas e cobradores feita pelo Sindicato em julho do ano passado foi a implantação de um sistema de monitoramento conhecido como “botão do pânico”. Os botões são instalados em espaços “confidenciais” na tentativa de inibir assaltos e são acionados em casos de emergência. Após o acionamento, o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) rastreia a localização do ônibus, através do GPS e encaminha uma viatura até o local indicado.
O sistema de rastreamento já existe em outras regiões do Brasil e a média de redução de criminalidade chega a 60%. Em 2012, de março a julho o sistema foi implantado em 200 veículos do transporte de passageiros. Depois disso, as empresas iniciaram o processo de implantação dos números de botões de pânico, mas a assessoria de comunicação do Seturn afirma não ter o dado exato.
O Sintro contesta os números e aponta que no levantamento do Sindicato, de janeiro à junho foram contabilizados 242 assaltos, o que resulta em uma média de 38 à 40 assaltos por mês. “Os assaltantes geralmente são usuários de droga e roubam o caixa dos ônibus e os pertences dos usuários”, comenta o presidente do Sintro, Nastagnam Bastista.
O presidente do Sintro promete reunir integrantes da Secretaria de segurança, Polícia Militar, Civil, trabalhadores e usuários na próxima quinta-feira (20), às 9h na sede do Sindicato para debater as ações que inibam a insegurança no transporte público da cidade com iniciativas como blitz itinerantes e abordagem nas paradas e dentro dos ônibus.
Com informações: Tribuna do Norte