Mês de junho. Inverno, festas juninas, chuva, fogueira e fogos. Essas e muitas outras coisas são normais nessa época do ano e estamos vendo com frequência em todo o Nordeste. Em Natal, não é diferente. Porém, infelizmente, algo que também vem se tornando comum é a insegurança no transporte de passageiros, seja ele urbano ou rodoviário.
Todo o Nordeste está sofrendo com o aumento dos casos de assaltos a ônibus. Não importa o lugar: seja na cidade grande, no interior ou nas estradas, sempre tem alguém disposto a interromper a viagem das pessoas para subtrair os pertences dos passageiros e dos operadores.
Ultimamente, o UNIBUS RN vem mostrando, com muita frequência, a escalada da violência em diversos pontos do Nordeste. Fortaleza, por exemplo, teve um aumento de 390% nos casos de assaltos a ônibus. Em São Luís, os números também são alarmantes. Já nos Estados de Alagoas e Sergipe, são as estradas que preocupam – os casos de assaltos nos ônibus de transporte rodoviário têm crescido nesses locais.
Enquanto isso, nossa realidade segue a mesma linha. Natal, de abril pra cá, está vivenciando uma nova onda de assaltos a ônibus. De acordo com o SINTRO, entre o início de janeiro e 06 de junho, foram registrados 228 assaltos nos ônibus que circulam na região metropolitana de Natal. Só nos seis primeiros dias desse mês, foram 11 assaltos – média de dois por dia.
Tal situação mostra o quanto é falha a segurança em nosso país. Os bandidos deitam e rolam, podendo fazer os assaltos em qualquer horário e com o ônibus circulando até mesmo em locais movimentados. Câmeras de segurança, GPS e “botão do pânico” não são mais empecilhos para a ação dos marginais.
Aí, se pergunta: cadê a polícia para se coibir essas ações? A resposta é o mesmo clichê de sempre: “estamos nas ruas, intensificando as operações e barreiras”. Mas, onde estão essas barreiras? Onde estão as operações? Por onde andam os policiais, que deveriam proteger a sociedade dos males da bandidagem – inclusive nos assaltos a ônibus? Na rua é que não estão.
Mas, a situação de insegurança total expõe também outro fator preocupante: a idade dos criminosos. Diversos casos, em Natal, estão sendo atribuídos a menores de idade – que possuem penas mais brandas no código penal em relação aos maiores de 18 anos. Assim, este site apela, através deste Editorial, para que as autoridades mexam os pauzinhos e alterem, o mais rápido possível, a legislação vigente para que, ou as penas sejam maiores, ou quem tenha menos de 18 anos sofra punições equivalentes a dos adultos.
Como diriam os marginais, a treta tá grande. E quem sofre com isso, infelizmente, são motoristas, cobradores e, principalmente, os usuários – todos indefesos perante a situação de insegurança pública vivida em nosso país.