Passageiros ficam desabrigados à espera por ônibus em Natal

Faltando pouco mais de um ano para o início da Copa do Mundo Fifa 2014, Natal apresenta uma série de problemas estruturais que põe em xeque a qualidade dos serviços que serão oferecidos aos milhares de turistas que a cidade deve receber durante o torneio esportivo. O sistema de transporte público de passageiros é um dos pontos mais preocupantes. As deficiências do sistema são perceptíveis, de imediato, nos abrigos onde os passageiros aguardam o transporte.
A maioria das 3 mil paradas não possui qualquer tipo de sinalização e, muitas delas, estão completamente depredadas. O problema não atinge apenas turistas. Os natalenses também reclamam da falta de estrutura adequada e informações básicas sobre as linhas de ônibus que poderiam facilitar o deslocamento na cidade. A Tribuna do Norte visitou, na última quarta-feira, mais de dez pontos de ônibus e constatou que muitos estão com aspecto de abandono.
Pontos importantes da cidade, com grande fluxo de turistas, não são sinalizados. Bairros como a Ribeira, Centro e Alecrim possuem abrigos quebrados e sujos. Ao lado de shoppings conhecidos, a cena se repete. O mesmo problema é flagrado na praia mais importante da cidade, Ponta Negra.
Segundo o diretor de Estudos e Projetos da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), Jimmy Balderrama, até o mês de fevereiro o órgão fez melhorias em algumas paradas, trocando principalmente coberturas, mas  agora aguarda licitação de materiais para retomar os serviços.
Cerca de 150 solicitações de reparos, conserto e mehorias, segundo ele, estão pendentes. Ele disse não sabe precisar quantas das 3 mil paradas possuem abrigos. A Prefeitura do Natal prevê para o início de agosto deste ano, as obras para acessibilidade universal de calçadas e vias, bem como de implantação de abrigos em corredores de transportes da cidade do Natal. As obras devem ser encerradas até o final de maio do próximo ano.
Abrigos carecem de obras estruturantes: A Lei Municipal 5.669 sancionada pelo prefeito Carlos Eduardo no dia 11 de abril de 2006, obrigava as empresas de transporte público a fixarem nos ônibus informações em braille sobre o percurso das linhas. O sistema de transporte opcional teria que se adequar a mudança. A lei também determina que as paradas de ônibus mantenham placas na linguagem braille informando as linhas que passam pelo local. Sete anos após a publicação da lei, nada foi feito.
Os abrigos carecem de obras estruturantes antes mesmo de receber as placas de sinalização. Enquanto isso não é feito, alguns funcionários da Semob são a salvação dos passageiros que precisam de orientação.
Na parada localizada na calçada do Natal Shopping, às margens da Salgado Filho, o agente de fiscalização, Francisco Inácio, 48 anos, tem o dever de orientar o fluxo dos ônibus que chegam ao local. Mas na prática, o trabalho de Francisco vai além de apitar e sinalizar onde o motorista deve parar. “Eu acho o pessoal que precisa de informação. Muita gente chega sem saber qual ônibus vai pegar”, disse.
O servidor explicou que muitos turistas, inclusive estrangeiros, também pedem auxílio. A placa  indicando quais linhas passam no local não é suficiente. “Tem essa placa aí, mas não ajuda muito. O pessoal pergunta mesmo e, sempre que posso, ajudo”, completou.

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