Que tal darmos uma aliviada no texto desta semana falando de música e ônibus? Pois bem, à primeira vista os assuntos parecem bem diferentes, mas, se juntos a combinação pode ficar fantástica. Tenho certeza que muitos dos leitores hão de concordar comigo no desenrolar do texto.
Há alguns dias tive a oportunidade de utilizar um ônibus da linha 75B e para minha surpresa o tocador de CDs do ônibus estava a todo vapor, ao som do grupo Raça Negra. É bem verdade que o gênero não agrada a todos, mas, naquela viagem pude ir um pouco além das aparências: concluí que a música consegue aliviar a tensão do cotidiano nos ônibus.
Ora, estávamos no tradicional engarrafamento da Ponte de Igapó. Prestando atenção nos demais passageiros percebi que nenhum demostrava-se incomodado com a música. Mas aí, abre-se um importante parêntese: a música estava num volume ambiente (onde qualquer um que estivesse escutando música em fones de ouvido não seria incomodado), e a qualidade dos autofalantes do ônibus favorecia a harmonia entre graves e agudos.
Digo isso porque ainda hoje sofremos com pessoas que simplesmente escutam música (há quem conteste o uso da palavra “música”, pois por vezes saem ruídos estranhos dos – péssimos – autofalantes dos aparelhos) de gosto bastante peculiar, e não bastasse isso, em volumes altos. Isso é falta de educação. O problema é tão grave que algumas cidades já possuem leis punindo tais pessoas.
Continuando, a música é também uma promotora de lembranças, e certamente cada um de nós possui as suas. Vou compartilhar uma minha: certo dia ao entrar no carro 1180 da Viação Riograndense, me deparei com uma figura feminina muito formosa, ao som de “Spanish Eyes” da cantora Madonna. Parece cena de filme (daqueles que não fizeram sucesso, admito), mas o fato é que quando eu escuto a dita música logo me vêm à mente a bela moça.
Por essas e outras defendo a música nos ônibus, sobretudo aquelas mais “neutras”, pois agradam à maioria, como uma suave MPB, ou até mesmo uma música Pop. Os ritmos mais específicos, como o Forró, Jazz, Funk, Rap, etc. podem ficar reservados à privacidade dos fones de ouvido de cada um. A música alivia a tensão e ajuda a passar o tempo que perdemos no trânsito, acredito que consola até os passageiros que viajam em pé.
Por fim, não sei se as empresas de ônibus de Natal têm alguma política sobre o assunto, mas eu apoio a prática da musicalização dos nossos ônibus, com educação e respeito ao próximo, claro. Definitivamente, música e ônibus combinam!
Rossano Varela