As reclamações de usuários quanto ao atraso dos ônibus em Natal são comuns nas ruas de Natal. E elas ficam evidentes quando se analisa as estatísticas de multas aplicadas às empresas que operam o serviço de transporte público na capital. De acordo com o setor de fiscalização de Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), foram 428 multas emitidas por este motivo somente este ano. Isso representa uma média de 107 multas por mês nos quatro primeiros meses do ano.
As infrações por guiar o veículo com a porta aberta vêm em seguida no quantitativo, com 124 registros em 2013. O total de multas dos quatro enquadramentos mais reincidentes (atraso, superlotação e ilegibilidade ou falta de letreiros) é de 624.
Hoje, 130 profissionais responsáveis pela fiscalização nas vias da cidade, divididos em três turnos, matutino, vespertino e noturno. Eles são os mesmo que atuam em eventuais blitzen durante a madrugada e são responsáveis também por fiscalizar táxis, transportes escolares e alternativos. O número de servidores é considerado satisfatório pelo chefe do setor de fiscalização da pasta, Rogério Leite, mas o secretário adjunto, Clodoaldo Cabral, considera que há muita demanda de trabalho para a quantidade de fiscais.
Rogério Leite confirmou que as empresas vêm arcando com os compromissos, em sua maioria, e pagando as autuações. “As multas que não são pagas, encaminhamos pra a Comissão da Dívida Ativa do Município”, explicou. É essa fiscalização que pode garantir ao usuário que o serviço de transporte público de ônibus seja executado de maneira satisfatória. Com o aumento da passagem para R$ 2,40, a cobrança dos passageiros é pela melhoria da qualidade no oferecimento do transporte urbano.
O tatuador Joedilson Júnior de Farias, de 40 anos, aguardava no ponto de ônibus do Baldo, na zona Leste, quando foi abordado pela reportagem e confirmou que aceitaria pagar mais pelo serviço, caso houvesse melhorias. Para ele, os ônibus estão sucateados e sempre demoram bastante para chegar às paradas. “Eu estou aqui há meia hora e ainda não passou o ônibus que preciso”, reclamou.
A estudante universitária Débora Aragão, que aguardava o circular da UFRN no ponto em Mirassol, zona Sul, concorda em parte com Joedilson. Para ela, os R$ 2,20 que vigoraram até o último dia 18 são suficientes para que se tenha uma melhoria no oferecimento do serviço, visto que houve outros reajustes anteriormente e não ocorreram grandes avanços na qualidade do transporte público. O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município do Natal (Seturn) foi procurado pela reportagem e evitou falar sobre essas questões.
Fonte: Tribuna do Norte