Aprovada, mas com muitas ressalvas. Sexto e último estádio da Copa das Confederações a receber futebol, a Arena Pernambuco deixou uma boa impressão no empate por 1 a 1 entre Náutico e Sporting, quarta-feira à noite. A beleza impressiona, o local é confortável, e o serviço teve mais acertos do que erros. Para o torneio da Fifa, no entanto, ainda há muito a melhorar. Assim como as demais arenas, o quesito acesso parece ser o maior desafio.
Dentro da Arena Pernambuco, mais elogios do que reclamações das 26.803 pessoas que estiveram presentes no amistoso. Além de bonito, o estádio tem largos corredores e áreas de circulação, o que evita tumultos e aglomerações. A organização incomum nos estádios brasileiros também chamou a atenção. Com muitos e bem treinados funcionários, os torcedores eram orientados e levados as seus assentos marcados. Porém, em alguns casos, não houve respeito à numeração das cadeiras.
A parte de segurança funcionou sem transtornos. Apenas um cambista foi preso tentando vender ingressos próximo ao estádio.
Problemas no acesso: Do lado de fora, no entanto, muitos problemas. O principal deles, certamente, foi o acesso à arena. Seguindo as normas da Fifa, o governo de Pernambuco interditou em um raio de 3km a circulação de veículos. Para chegar ao estádio, os torcedores tinham duas opções: deixar o carro em um estacionamento próximo, pagar R$ 40 e ir em um ônibus do evento, ou ir até a estação de metrô mais próxima da Arena Pernambuco, onde havia coletivos da organização.
As duas situações, no entanto, se mostraram problemáticas. No caso do estacionamento, muito congestionamento no local. Quem optou pelo metrô enfrentou trens lotados e atrasos. Muita gente chegou à Arena Pernambuco com o primeiro tempo em andamento.
“Usamos um plano similar ao que será usado na Copa das Confederações e posso dizer que funcionou, considerando que foi a primeira vez que o torcedor pernambucano teve contato com esse planejamento. É claro que houve problemas. No caso do estacionamento, muito gente não seguiu a nossa orientação e deixou para comprar os tíquetes no local, o que causou congestionamento. Havia seis pontos de venda antecipada. No caso do metrô, coincidiu com o horário que as pessoas saem do trabalho. Para os próximos jogos, vamos colocar mais trens. Mas pensando em Copa das Confederações, será uma situação diferente, já que dois jogos serão em domingos e o outro, em uma quarta-feira, será decretado ponto facultativo”, diz o secretário da Secopa-PE, Ricardo Leitão.
Ao chegar ao estádio, os torcedores enfrentaram outro problema. Sem iluminação, andavam cerca de 200 metros no escuro. Após muita reclamação, no entanto, refletores foram acesos, e eles seguiram sem problemas até a entrada do estádio, onde foram recepcionados por uma apresentação de maracatu e encontraram pequenas filas, uma vez que são muitos os portões de acesso.
“O resultado foi muito positivo, mas é claro que há coisas que precisam ser melhoradas. E isso é natural. Não exista a expectativa que nenhum estádio funcione bem no primeiro dia. Coisas como o controle de acesso, bares e áreas vips precisam amadurecer. Mas a estrutura é fantástica. É um estádio muito compacto, mas sentimos o barulho da torcida, é um verdadeiro caldeirão. Os espaços para trabalho também são muito grandes, com corredores largos. É de fato uma arena multiuso. Outra coisa que precisa melhorar são os sinais de rádio. A Arena Pernambuco não ficou devendo em nada para a abertura dos outros estádios. Mas ela vai melhorar, assim como Castelão e Mineirão melhoraram após os primeiros eventos-teste”, analisou o gerente operacional do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, Thiago Paes.
Saída do estádio é rápida, mas espera pelos ônibus causa transtornos: A torcida não teve muitos problemas para deixar o estádio. Em quatro minutos, a parte interna estava praticamente vazia. No entanto, os torcedores tiveram problemas para chegar em casa. Apesar de bem organizada, a fila para pegar o transporte público atingiu cerca de 400 metros, com um tempo de aproximadamente 30 minutos de espera para entrar no ônibus.
Outro fator negativo foi falta de informação para os passageiros. Apesar de contar com um grande número de funcionários, alguns torcedores não sabiam onde poderiam pegar a condução.
Sem conseguir saber onde entrariam no metrô, José Amaro, 81 anos, e Severino Amaro, 76 anos, só descobriram que estavam na fila errada após 20 minutos de espera. “Ninguém me disse não tinha ônibus para o metrô. Faz tempo que estávamos esperando e nada. Mas ainda bem que vão nos levar até lá – disse, José Amaro, antes de ser ajudado por policiais militares que o levaram até a parada certa”.
Fotos: G1
Com informações: Globoesporte.com