Um fato tragicômico que entrou para a história do transporte de Natal é, sem dúvida, a pressa com que as empresas de ônibus da região metropolitana tiveram em aumentar suas tarifas, mesmo sem autorização do órgão gestor, feito no último sábado (18).
Era uma questão de lógica dita por responsáveis do DER (Departamento de Estrada e Rodagens): “Não é possível revogar o aumento, já que este aumento não foi concedido”. De fato! Como voltar atrás de algo que não aconteceu? As empresas só mostraram uma ânsia pelo aumento na tarifa, e acabaram cometendo um imenso equívoco.
A população, claro, foi à prejudicada! Seja pelo fato de fato do aumento não ter sido avisado – pior; como já colocado, nem se quer foi autorizado! – seja pelo fato do aumento ter sido, de fato, muito grande. Não durou muito! Na segunda-feira (20), os preços foram reduzidos aos valores originais, e oficializou-se que nem se quer tinha ainda havido reunião entre empresários e órgão gestor.
Podemos crer, então, que aqueles são valores que as empresas pretendem implantar em suas linhas, e os usuários já tiveram amplo conhecimento – obviamente, não aprovando os preços que as empresas pleiteiam. Não é para menos! Um aumento de até R$ 0,50 como chegou a acontecer em algumas linhas, é bastante pesado para muitos.
Pelo grande tempo que não há reajuste, é também uma questão de lógica que as empresas queiram buscar esse ‘tempo perdido’. O problema é que se a imensa defasagem for sanada com um alto valor, de uma só vez, a influência – bem como retaliações – será direta para todos os segmentos dos usuários. Isso sem falar na interferência que os estudiosos da economia apontarão que fará na vida das famílias.
A questão também esbarra na desoneração de impostos concedidos pelo Governo Federal ao setor, visando à redução da tarifa de ônibus em todo o país. Já em um nível mais local, em Natal, especificamente, nunca antes na história dessa cidade os empresários viram um sobe e desce de tarifa tão grande! Pelo menos não em condições assim! Conseguiram o aumento para R$ 2,40 no ano passado, e o aumento foi revogado. Agora, mais uma vez, após o reajuste para os mesmos R$ 2,40, haverá redução.
Já as empresas metropolitanas não puderam sentir nem o gosto do aumento – pelo menos não de maneira oficial! Colocaram o carro na frente do boi. Ou melhor! O ônibus na frente do boi! E o que virá nas cenas dos próximos capítulos dessa novela que contagia tanto? A conferir!