O reajuste na tarifa de ônibus em Natal, que passou dos atuais R$ 2,20 para R$ 2,40 no último sábado, foi tema de pronunciamento do deputado Kelps Lima (PR) no plenário da Assembleia Legislativa, na sessão da quinta-feira passada (16). O parlamentar lembrou os transtornos ocorridos nos protestos da semana passada nas ruas de Natal, promovidos por estudantes contrários ao reajuste da tarifa. O parlamentar criticou a falta de uma política tributária, a demora na realização da licitação do serviços e a falta de corredores exclusivos para ônibus. E arrematou: “Transporte público não é prioridade”.
Ao lembrar o protesto da noite de quarta-feira, o deputado, que já foi secretário municipal de Mobilidade Urbana, afirmou: “Acho o protesto legítimo, mas o formato equivocado. Presenciamos um dos maiores congestionamentos da história. O cidadão que queria chegar em casa foi impedido”.
O deputado disse, no entanto, que o efeito colateral da tarifa é consequência de um problema mais grave. “Sei que o aumento da passagem pesa no bolso do trabalhador e, principalmente do estudante. Claro que essa não é uma tarifa justa, nem para quem paga e nem para quem cobra. Mas jogar a solução do problema na diminuição do valor da passagem é pedir para não resolver. É preciso atacar os reais problemas”, declarou.
Para Kelps Lima, uma das saídas está na estabilidade jurídica. “Natal precisa ter uma política estável de transporte público. É preciso fazer licitação. Sabemos que promover essa concorrência dá trabalho, demanda tempo, mas é preciso fazer algo. Só assim a Prefeitura terá como exigir alguma coisa. Aliás, eu não entendo porque a Prefeitura não se posiciona sobre a licitação”, afirmou.
Outra sugestão do deputado é para que seja feito um corredor exclusivo para ônibus. “Não dá para ficar disputando espaço na via com os carros. Não existe transporte público de qualidade concorrendo com os veículos menores”, afirmou. O deputado ainda questionou sobre a política tributária. “Por que não tem uma política diferente? Porque o transporte público não é prioridade. Boa ou ruim temos saúde, segurança e educação gratuitos. Mas transporte gratuito nós não temos. Não há isenção fiscal. A gratuidade dos idosos e estudantes é embutida na tarifa paga pelo trabalhador”, declarou.
Fonte: Jornal de Fato