É de praxe: toda vez que a passagem de ônibus em Natal aumenta, as operadoras de ônibus da Grande Natal também sobem o preço de suas tarifas. O aumento da tarifa implantado no último sábado 18 não fugiu à regra, mas trouxe consigo uma amarga surpresa: o aumento na tarifa foi maior do que em Natal. Em meu ver, o problema maior não está no aumento em si, mas na forma como ele foi aplicado.
Na calada da noite uma tarifa que antes custava R$ 2,20 passou a ser de R$ 2,50, exemplo da linha D, que liga o Parque Industrial à Natal. Nas linhas M (Macaíba – Natal) e B (Parnamirim – Natal) o aumento chegou aos R$ 0,40. Claro, tecnicamente estas linhas não precisam seguir a tarifa cobrada na capital, e algumas têm um percurso longo. Mas, seria exigir muito avisar aos usuários antes? Estariam as empresas com medo de retaliações? E o Governo do Estado, que mais uma vez não sabia do acontecido?
Novamente assistimos a Região Metropolitana (RM) ficar para trás. Se o sistema de transporte público em Natal já é ultrapassado, na Grande Natal então a situação é ainda pior. Ora, em algumas linhas da RM é utilizado o mesmo sistema de bilhetagem de Natal, contudo, estas não podem realizar qualquer tipo de integração. Nova Parnamirim é um grande exemplo: fartura de linhas, bom fluxo de passageiros, mas nenhuma integração com as demais linhas de canto nenhum.
Ainda tem o caso das rotas e pontos alternativos para as linhas oriundas da Grande Natal. Pontos estes que raramente possuem uma mínima estrutura para abrigar passageiros enquanto o demorado ônibus não vem, o que por consequência facilita a ação de criminosos, entre muitos outros problemas.
Posso garantir, por experiência própria, que em linhas gerais, é humilhante utilizar ônibus com origem e destino na Grande Natal. A culpa, e afirmo com muita segurança, é do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER-RN): não vê, não ouve, não se pronuncia. Típico. Dias atrás relatei aqui mesmo uma experiência com o “magnífico” órgão.
Infelizmente ainda não vejo um futuro promissor para a RM, cujas discussões sobre a existência de uma região metropolitana começaram apenas na década passada, e lamentavelmente por lá ficaram. As prefeituras dos municípios integrantes, que também poderiam ressuscitar o debate, devem estar mais preocupadas com política do que com população.
Por fim, se foi ruim o aumento da tarifa em Natal, pior ainda foi para as linhas intermunicipais. O que poderia acontecer para mudar o quadro? Novas manifestações de estudantes (que com direito foram manifestar interesses nas ruas e tristemente foram vítimas de uma ação exagerada por parte da Polícia Militar do RN)? A tão sonhada licitação? A conferir!
Rossano Varela
UMA PALHAÇADA ESSE AUMENTO NAS TARIFAS…
ESPERO QUE O POVO DE PARNAMIRIM ACORDE MAIS PRA VIDA E FAÇAM ALGUMA COISA¬¬