Os natalenses acordaram no último sábado (18) com as passagens de ônibus R$ 0,20 centavos mais caras. O reajuste tarifário – que veio sendo questionado nessa semana pelos estudantes e usuários do sistema de transporte urbano – já é fato consumado na cidade, configurando a possibilidade de recuo pela Prefeitura de Natal uma situação irreal. De acordo com o prefeito Carlos Eduardo, ”não havia outra saída para a Prefeitura, senão o aumento das passagens”.
A mudança de R$ 2,20 para R$ 2,40 no preço das passagens de ônibus está sendo justificada sob a necessidade de cobrir os custos do sistema com recursos humanos e investimentos na frota. Entretanto, para a população, as consequências são observadas apenas no custo para os usuários. Paulo Herôncio, 50, afirmou que seria ótimo se esse aumento fosse para investimento no conforto dos usuários. “Mas sabemos que isso é da boca para fora. Infelizmente, não acredito em melhorias”, afirmou.
Funcionário de uma lotérica em Natal, Paulo diz que precisa pegar ônibus, pelo menos, duas vezes ao dia. “É um impacto considerável no final do mês”, disse.
A dona de casa Ana Maria Silva, 46, destaca que o aumento das passagens é uma “medida desonesta”, uma vez que o salário do trabalhador é muito pequeno. ”Como eu não saio muito de casa, não preciso pegar muito ônibus. Mas todos nós sabemos que o salário mínimo é uma miséria e que não há benefício nenhum para nós pagar por algo tão caro”, afirmou.
Diferente de Ana Maria, o estudante Matheus Simonton, 18, disse que precisa utilizar o transporte público de duas a três vezes por dia. “Eu ainda tenho o benefício de pagar meia passagem, mas mesmo assim se torna caro, pois eu não tenho renda. Mas pensando no final do mês, a soma do gasto se torna muito alta”, disse.
Jussimara de Souza, 25, também está inclusa no índice de pessoas que depende única e exclusivamente dos veículos públicos. ”São três ônibus que eu pego por dia, considerando o trajeto de casa, trabalho e universidade. É claro que o aumento da passagem só vem a prejudicar . Mas os governos não estão preocupados com a nossa condição. Hoje, a cidade só tem olhos para a Copa do Mundo. A população vem em último caso”, declarou.
Com informações: Jornal de Hoje