Os membros da Associação Potiguar dos Atingidos pelas Obras da Copa, em conjunto com o Comitê Popular Copa 2014 – Natal, encaminharam aos Ministérios Públicos Estadual e Federal 14 representações contra as obras relacionadas à competição. Dentre elas, as obras de mobilidade na Avenida Roberto Freire.
Em reunião realizada na quarta-feira (8), os moradores discutiram a questão dos valores investidos na obra, que ultrapassam de R$ 22,8 bilhões, para serem usados apenas em quatro quilômetros de extensão, o que é considerado pelo grupo um caso de obras superfaturadas.
Um dos membros da Associação, o advogado Marcos Dionísio, comentou que esta obra não irá resolver os problemas de mobilidade que existem em Natal, além agredir o Parque das Dunas, que é uma das poucas reservas de mata atlântica que ainda restam no Brasil.
“Estas obras não irão resolver os nossos problemas de mobilidade, pois já foi discutido por profissionais da área que a obra seria um `elefante branco` [de alto custo e pouco uso]. Outro grande problema é a invasão que acontecerá no Parque da Dunas e com isso vamos perder mais uma parte da vegetação natural daquele ponto”, explica Marcos Dionísio.
Como solução, o advogado comentou que no estado da Paraíba que não é cidade sede da Copa vem instalando o sistema de Bus Rapid Transit (BRT), ou conhecido nacionalmente como Trânsito Rápido de Ônibus (TRO), que é um transporte coletivo sobre pneus mais rápido, ágil, flexível e de alto desempenho, que combina elementos físicos e operacionais em um sistema integrado.
O governo do estado vizinho investiu R$ 280 milhões para começar as obras que estarão concluídas até o ano da Copa, o que, segundo Marcos Dionísio, poderia ser feito pelo Governo no Rio Grande do Norte. Para o advogado, o planejamento de mobilidade foi errôneo.
“Ao invés de obras com utilidade, se optou por obras faraônicas e megalomaníacas, que serão um inferno para quem transita pela BR-101, Via Costeira e a Rota do Sol”, concluiu.
Fonte: Portal No Ar
