Em Teresina o transporte coletivo atende cerca de 320 mil pessoas todos os dias, cerca de 39% da população da capital, muitos desses usuários reclamam do comportamento dos motoristas de ônibus. Ações que se refletem em riscos e acidentes como o da aposentada Benta Maria Sousa.
A suposta imprudência de um motorista de ônibus custou uma das pernas de Dona Benta, que vive há sete meses andando em um cadeira de rodas. O acidente aconteceu em setembro do ano passado, quando ela estava na parada ônibus e tentou subir no coletivo, mas foi atingida pelo veículo que fazia uma manobra. “Quando pensei, estava debaixo do ônibus. Um homem começou a gritar pedindo para o ônibus parar, pois tinha uma mulher debaixo do veiculo”, conta.
Invadir sinal vermelho, falar ao celular enquanto dirige ou andar acima da velocidade permitida são algumas da queixas mais comuns dos usuários do transporte público contra os motoristas de ônibus. Quem comete este tipo de infração está colocando a vida dos passageiros em risco.
Pelas contas do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina (SETUT), quase 2.500 ônibus circulam na capital. O setor emprega aproximadamente 900 motoristas. Não é difícil flagrar muitos deles descumprindo regras no trânsito. Nem todos usam cinto, por exemplo, muito menos respeitam a distância mínima deparada entre a calçada e entrada do ônibus.
“Com relação a velocidade que é uma das infrações mais comuns, a gente sabe que eles tem um tempo para a viagem, mas isso não justifica um acidente de trânsito. É melhor chegar atrasado do que se envolver em um acidente”, afirma Sandro Costa, especialista em trânsito.
O diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte no Piauí, Antônio Leitão, afirma que capacitar os motoristas pode ajudar a diminuir o número de ocorrências envolvendo passageiros e condutores de ônibus. “Todo profissional tem que se qualificar e o setor coloca a disposição desses profissionais esses cursos. Fazemos isso porque entendemos que é bom para a segurança da nossa comunidade e para a qualidade do serviço que prestamos”, explica.
Já o Sindicato dos Rodoviários justifica que o estresse da profissão contribui para a ocorrência de incidentes. “Além de termos um percurso bairro centro e centro bairro, o que dificulta a nossa jornada, temos o estresse por conta do ônibus estar super lotado e da buraqueira que tem demais aqui em Teresina. Isso só dificulta o trabalho do motorista”, diz Francisco da Chagas, presidente do sindicato.
A prefeitura de Teresina afirmou que está realizando uma operação de tapa buracos em toda a cidade. Quanto ao percurso das linhas, ninguém a Superintedência de Transportes e Trânsito (Strans) foi encontrado para comentar o assunto.
Fonte: G1