A situação caótica do sistema de mobilidade urbana de Natal não é novidade para ninguém que vive na capital dos Reis Magos. Com suas principais vias praticamente inalteradas há mais de 10 anos, a cidade viu a quantidade de automóveis disparar nas ruas. Hoje, os congestionamentos são constantes.
Com o crescimento do trânsito, consequentemente, surgem também os aumentos estatísticos de acidentes entre veículos. Atualmente é cada vez mais comum encontrarmos motoristas parados à espera de fiscalização, enquanto conferem o tamanho do prejuízo.
A situação, apesar de parecer não ter solução, pode sim ser consideravelmente melhorada. Primeiro, bastaria haver vontade política. O que custa ao poder público criar vias exclusivas para ônibus nas maiores avenidas do município? Ou, qual seria o tamanho do trabalho, reordenar essas vias, definindo-se novas pistas de mão única?
É sensível também a falta de fiscais de trânsito na cidade, assim como é facilmente perceptível que os mesmos não recebem o treinamento adequado para a função. Afinal de contas, porque estes profissionais não aparecem nos horários de pico para tentar amenizar o problema diário de milhares de natalenses?
O problema, como um todo, também é reflexo direto da baixa qualidade do transporte público municipal da cidade. Sem ônibus adequado para os passageiros, que já não contam com o sistema de metrô (inexistente) ou de trem (abandonado), ampla maioria da sociedade acaba mesmo recorrendo ao automóvel próprio para se locomover.
Essas, claro, são medidas pontuais que teriam resultado em curto prazo. Mas, para enfrentar o problema mesmo, é fundamental a realização de obras estruturantes no sistema viário da cidade. Faltam túneis e viadutos em vários pontos de Natal, assim como a quantidade de semáforos em alguns locais é simplesmente absurda.
Pelo que se noticia, restará pouquíssimas obras para a cidade após a Copa do Mundo de 2014. Ou seja, o esperado legado que seria deixado pelo mundial de futebol não deverá representar muito para os natalenses. Uma realidade dura. Dessa forma, a cidade terá um futuro cada vez mais intransitável.
Por Danilo Sá
Fonte: Jornal de Hoje