A reclamação mais comum dos moradores foi o transporte público. A linha 59 é a única que atende à comunidade. O itinerário do ônibus que sai do terminal, no próprio bairro, se encerra na Av. Rio Branco, no centro da capital potiguar. No entanto, a população reclama que a viagem não é suficiente para todo mundo. Muitos precisam pegar outra condução para chegar à seus destinos. O pedreiro Djalma dos Santos é um enfrenta essa situação. “Vou ter que pegar outro (ônibus) na Av. Bernardo Vieira para ir para Lagoa Nova. Se tivesse uma linha direta a gente não teria que sair como macaco, pulando de galho em galho”, argumentou. A secretária Valéria Brito também sofre com isso. Ela trabalha em Ponta Negra e leva uma hora e meia para chegar ao trabalho todos os dias.
Antes mesmo de sair do bairro, o ônibus já fica lotado. Os carros, teoricamente, devem sair do terminal a cada 20 minutos. Os passageiros contestam essa informação, afirmando que, muitas vezes, esperam os veículos por mais de uma hora. “O pior horário é à noite. É muito lotado e não tem horário certo para vir”, atestou Sérgio Carvalho, auxiliar de serviços gerais.
Para tentar amenizar os transtornos, dois circulares foram implantados no bairro. Essas linhas transportam os habitantes dos Guarapes a Felipe Camarão a ao Leningrado. Porém o cadeirante Lindomar Aquino questiona a falta de adaptação dos veículos para pessoas com necessidades especiais. Ele precisa da ajuda de amigos para pegar uma condução. “Graças a Deus tenho meus colegas aqui. Muita gente me ajuda. Mas os ônibus são sempre assim. Ônibus velhos, sucateados, com equipamentos defeituosos”, disse.
O conselho comunitário já tentou levar a linha 41, que atende ao bairro Planalto, até os Guarapes. No entanto, até o momento, isso não foi possível, pois a empresa que opera a linha depende da liberação da SEMOB para fazer a mudança do trajeto. Além disso, o calçamento da Rua dos Cometas, que liga o bairro Cidade Satélite aos Guarapes, não foi concluído, o que impede que o ônibus entre no bairro. Faltam cerca de 800 metros para que a obra seja concluída. No entanto, ela está parada e um monte de entulho obstrui a via.
Cobrança e prazos: Segundo o secretário adjunto de Transportes de Natal, Clodoaldo Cabral, o número de fiscais da Secretária Municipal de Mobilidade Urbana é insuficiente para a quantidade de linhas da cidade. Mesmo assim, os problemas apresentados serão resolvidos. “Nós agradecemos à comunidade por ter solicitado, através de ofício, a reivindicação dela. Fizemos uma reunião na sexta-feira (22) passada, com relação a isso. Estamos com os técnicos discutindo essa situação”, afirmou. Fernandes ainda disse que a Semob tem interesse em levar a linha 41, do Planalto, para os Guarapes, mas depende da pavimentação do acesso entre os bairros. “Acredito que, no mais tardar, no mês de Abril já temos uma solução. Agora, vamos deixar bem claro, que está inviável trafegar mais de 15 ônibus direto no trecho dos Guarapes para o Planalto. Temos que encontrar uma solução sim, mas não podemos dizer que vamos resolver em dois ou três dias uma coisa que já estava acontecendo há mais de quatro anos”, explicou. O secretário adjunto ainda afirmou que a Semob já entrou em contato com a Semopi, secretaria responsável pelas obras públicas da capital e disse que, ainda neste semestre, o problema será contornado.
Quanto à acessibilidade dos veículos, o secretário argumentou que a lei federal prevê que até 2014 toda a frota seja adaptada. “Nós estamos trabalhando em cima disso. A população está reivindicando mais um ônibus adaptado e nós vamos trabalhar isso”, disse.
Em nota, a Semopi afirmou que reconhece a falta de pavimentação da Rua dos Cometas e está aguardando os recursos do Ministério das Cidades, que devem chegar em 30 dias. Com os recursos em mãos, a prefeitura poderá concluir o serviço em 60 dias.
Com informações: G1 RN