Garagem.com: Sob nova direção

Caros leitores,
Terei que me ausentar por algumas semanas das atividades a frente desta coluna, e para que ela possa permanecer ativa, a partir de hoje e pelas próximas atualizações, o brilhante e eficiente Rossano Varela assumirá, interinamente, suas postagens. Até o retorno!
Thiago Martins
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Praticando o caos
Não há como conter as palavras. O holofote da semana aponta para o Departamento de Estradas e Rodagens do Rio Grande do Norte (DER/RN). A situação na qual este órgão, de responsabilidade do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, se encontra é absurda, beirando o inacreditável. Há cerca de uma semana tornou-se pública uma decisão judicial que obriga a Viação Jardinense a deixar de operar linhas que se destinem ou passem pelo município de Caicó/RN. E como nosso mais recente editorial publicado falou: é apenas a ponta do iceberg.
Então, indo mais além, vou compartilhar uma experiência que tive há poucos dias com o DER/RN: há cerca de quinze dias um motociclista perdeu sua vida num acidente na Ponte de Igapó, o que gerou um imenso congestionamento na região. Neste dia muitos usuários de ônibus sofreram com a ausência destes nas ruas, inclusive eu. Acabei descobrindo que na linha semiurbana que utilizo foram recolhidos três de quatro carros que rodam diariamente nela, resultando em cerca de quatro horas de espera pelo único ônibus, ou melhor, midiônibus que estava a rodar na linha.
No dia seguinte telefonei para o DER/RN em busca de respostas para o ocorrido, e já no próprio telefonema pude sentir a precariedade desse órgão: a senhora que me atendeu já disse, antes de qualquer coisa, literalmente, que não poderia me ajudar pois a ligação não estaria sendo gravada. Após relatar o caso, a mesma senhora disse que não poderia fazer nada porque a linha que utilizo (que é de responsabilidade sim, do DER/RN) pertence à Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB), uma vez que a empresa controladora tinha cadastro apenas lá. Nada resolvido.
Além desses pequenos casos isolados ainda existem os problemas muito evidentes, caso dos clandestinos, ou loteiros. Até nós, usuários, sabemos onde eles se encontram para realizar suas muitas viagens, em veículos quase sempre em péssimo estado de conservação, e não muito raro sob efeito de uma ou mais latinhas de cerveja. Fiscalização é algo que não existe há muito para o órgão gestor das linhas de ônibus intermunicipais.
O caso é complexo, extenso, e o problema vem se arrastando há décadas. A sensação que fica é a de aflição, por parte das empresas, dos passageiros e até mesmo para nós, especialistas em transportes. Resta-nos esperar para que as poucas empresas de ônibus que atuam no interior do estado e Grande Natal resistam. Viação Riograndense, outrora gloriosa, já acabou. Viação Jardinense, segue o mesmo caminho.
De concreto temos apenas os dados: empresas tradicionais vendidas a grandes grupos de outros estados, cinco empresas falidas, oitenta linhas desativadas e toda uma série de prejuízos para a população do Rio Grande do Norte. Infelizmente, esse saldo parece não comover o Governo do RN, que continua cego, surdo e mudo quanto ao transporte público na terra potiguar.
Rossano Varela – interino

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