Parece que, infelizmente, a decisão judicial publicada na última sexta-feira (16), pode ser o começo do fim, de fato, para a Viação Jardinense. Muitos podem questionar: Mas Thiago, numa situação caótica que a Jardinense vinha, por si só já não seria o fim da empresa? Respondo: Na realidade, não! Tão semelhante à Jardinense, todas as demais empresas de transporte rodoviário do estado enfrentam uma crise sem precedentes. Talvez a situação possa ter sido pior em uma ou outra, mas todas são afetadas.
E dentro desse tempo de crise, as empresas vão vivendo no famoso ‘empurrando com a barriga’. Levando a situação como pode! É necessário que algo maior seja feito para mudar essa situação. Neste caso, temos duas opções: a primeira e que melhor se aplicaria – até mesmo por uma questão de lógica – é o DER (Departamento de Estradas e Rodagens) criar postura de um órgão gestor, e gerir o transporte rodoviário/metropolitano do estado como se deve (inclui-se ai combater ou oficializar os clandestinos; realizar licitação para o transporte; no caso das linhas metropolitanas, buscar uma integração com o sistema da capital; enfim, questões que estruturam o transporte no estado). A outra opção é o que já vem acontecendo: As empresas permanecem numa situação caótica até quando puderem; quando não puderem mais, declara falência, a população fica sem transporte público e centenas ficam desempregados. Lamentável, mas é a nossa realidade!
Acho ainda que não adianta muito a atitude emergencial que a Jardinense tomou, alugando veículos de luxo para o serviço expresso da linha Natal/Caicó. Que é válido, é! Com certeza! Mas a empresa não poderá passar o resto dos anos alugando carros nessas condições. Os custos aumentarão imensamente. O problema, aliás, nem está no serviço expresso. O expresso é um luxo, e visto a crise que a empresa passa, deveria ser o último a ser mexido. As falhas estão no ‘pinga’ – aqueles ônibus que param em todos as cidades e pontos nas estradas. Ai sim, merece um glorioso investimento. Automaticamente, já retorna o questionamento: como falar em investimentos, em um sistema falido, sem contra partida alguma do órgão gestor? Complicado, muito complicado! De qualquer maneira, é uma alternativa para uma melhora necessária (por natureza) para as operações da Jardinense.
Ônibus de luxo, alugados, é só para inglês ver e não mudará muito a situação da empresa. É só para inglês ver! É necessário mudar o foco, apesar de todos os pesares, e deixar de lado esse real começo do fim! A conferir!
Melhor, impossível!
Nota 10 para a modificação da linha 57, que a levou para o Campus da UFRN. Não me canso de publicar, aqui mesmo nesta coluna, o quanto a situação de transporte no Campus está complexa. As operações das poucas linhas que restam lá não são das melhores. A entrada da 57, mesmo que com poucos veículos, já é um alívio para a região e uma melhora imensa na receita da linha.
Amém!
Falando no Campus, até publiquei em minha página pessoal do Facebook semana passada: uma jovem fez uma afirmação sobre Circular da UFRN, lá pela própria instituição: “Esse Circular é uma obra de Deus, né?!”; pois bem! Se é, minha jovem! Se é! Já a superlotação da linha é que não deve ser obra de Deus e talvez comprove que há de haver a peleja do diabo com dono do céu!
Thiago Martins