Garagem.com: Contagem regressiva


Talvez já estejamos em uma contagem regressiva para que venha a tona o tema ‘aumento de tarifa’. Na realidade, até já se começa a comentar o tema. Com o aumento no preço do diesel que entrou em vigor semana passada, as empresas passaram a pagar mais pelo combustível de seus ônibus, e, já que não há qualquer desoneração de impostos no setor, o aumento tenderá a ser repassado para o usuário. O reajuste no valor do combustível autorizado pela Petrobrás já é o segundo nos últimos dois anos – desde o primeiro, não houve aumento de tarifa. Gastos aumentaram, mas rendimento não! Uma conta impossível de ser fechada ao final dos meses.

Em recentes entrevistas, a secretária de Mobilidade Urbana de Natal, Elequicina dos Santos, afirmou que não seria possível pensar em aumento da tarifa, se não houvesse a melhoria no serviço. Acredito que o problema é justamente o oposto: A defasagem da tarifa é tamanha, que um reajuste iria apenas controlar a calamitosa situação em que as empresas se encontram, para só ai podermos pensar em reais melhorias do serviço. Fatos: um valor mais alto da tarifa, certamente ‘doerá’ mais no bolso das famílias que dependem de transporte para se locomover. Mas também não há estagnação de preços em uma concessão. É muito mais que um aumento de tarifa por que já faz tempo que não se aumenta; é uma necessidade, o mantimento do serviço básico de transporte.

Pergunto-os: Em um mesmo setor, no último um ano/um ano e meio, uma empresa falida e duas vendidas – em mesmas condições – representam ou não uma crise desse setor? Se isso não for crise, me façam a bondade de apresentar os termos do que são, pois eu, sinceramente, desconheço. E já que, também nas recentes entrevistas, a secretária afirmou que a prefeitura não tem condições de reduzir impostos para as empresas de transporte – devido à situação praticamente falida que se encontra o município – o aumento terá que acontecer. Certamente também virão os protestos – que lamentavelmente podem chegar a resultar em atos de vandalismo, como a queima de ônibus, semelhante houve ano passado. Capaz até de os vereadores, mais uma vez, tomarem as dores e reduzirem novamente o valor da tarifa. Resta saber se eles apresentarão soluções viáveis para manter o serviço, já que não o fizeram, quando reduziram o valor da tarifa no ano passado.

O diálogo deve prevalecer com a sociedade. Quem é louco de afirmar que aumento de tarifa é bom para a população? Muito pelo contrário! Mas o sistema está falindo. Os gastos têm aumentado diariamente – o aumento do diesel foi apenas um, dentre tantos. Há inflação, os reajustes anuais que ocorrem nos salários dos funcionários e o imenso número de gratuidades do sistema. Contas que infelizmente recaem para o usuário. Nos resta aguardar esse diálogo – e todo seu desenrolar, com ou sem aumento. E nos resta aguardar, principalmente, a tão sonhada licitação, que ajustará todas as questões envolvendo reajustes de tarifas, potenciais redução de impostos para o setor, e principalmente a melhoria, de fato, no serviço. A conferir!

Thiago Martins
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