Trabalhadores querem transformar Busscar em cooperativa

A Comissão de Trabalhadores ligados ao Sindicato dos Mecânicos de Joinville, Santa Catarina, vai apresentar em duas reuniões na sede da entidade sindical a proposta de formação de uma cooperativa para assumir os trabalhos na encarroçadora, que teve a falência decretada em setembro do ano passado, respeitando os trâmites judiciais do processo de falência.
Com dívidas totais que chegam a 1,3 bilhão (somando fornecedores, trabalhadores, bancos e impostos), a empresa fundada e controlada pela família Nielson ainda recorre judicialmente do processo de falência.
A Busscar chegou a competir pelos primeiros lugares no mercado com a Caio, encarroçadora no segmento de urbanos, e a Marcopolo, pelo segmento de ônibus rodoviários.
De acordo com nota do sindicato, a Unisol – União das Cooperativas do Brasil apoiou os planos da comissão de trabalhadores. “Nas últimas reuniões convocadas pelo sindicato para prestar esclarecimentos a respeito da situação processual da Busscar Ônibus, logo após a decretação da Falência, foram indicados os nomes de alguns trabalhadores, que estão acompanhando a tramitação do processo e o andamento dos trabalhos. Todos se colocaram à disposição. A par disto, sem qualquer interferência no trâmite do Processo da Falência, surgiu a idéia de cooperativismo, que resultou do contato de membros da UNISOL – União das Cooperativas do Brasil” – diz o comunicado.
Ainda de acordo com a Comissão dos Trabalhadores, a ideia de formação de cooperativa surgiu pela oportunidade de reabertura de postos de trabalho aos ex-funcionários e lucratividade a longo prazo, além de a possibilidade de retomar a produção da empresa que figurou entre as maiores fabricantes de ônibus do País.
Outros investidores: Além da Comissão de Trabalhadores, diversos investidores estão de olho na Busscar. Uma delas é a Caio, encarroçadora de ônibus líder no segmento de urbanos, mas que ainda possui pouca penetração no mercado de rodoviários. Antes mesmo da decretação da falência a Caio já havia apresentado uma proposta, à época não aprovada pela Justiça.
Após a decisão que declarou a falência da Busscar, a empresa manteve o interesse. Durante a Fetransrio, feira de produtos, veículos e soluções em mobilidade urbana, o diretor da Caio, Maurício Cunha, em entrevista coletiva disse que o interesse continua. “Se for razoável o valor que será dado à Busscar, a Caio sim continua com pleno interesse.” – disse Maurício Cunha.
“A Busscar como empresa não existe mais, sua planta está desatualizada. Mas seus ex funcionários têm experiência e podemos aproveitar para qualificar, atualizar as suas linhas” – contou o executivo na ocasião.
Além da Caio, outras empresas do setor também se mostraram interessadas pela estrutura da Busscar, que precisa ser atualizada. Estas empresas envolvem fabricantes e também houve a consulta de operadores de transportes.
Nos bastidores, fica claro que não está descartada a possibilidade de ocorrer com a Busscar o que já aconteceu com a Caio, que no final dos anos de 1990 entrou em falência e no início dos anos 2000 foi adquirida pelo grupo liderado pelo empresário José Ruas Vaz, que responde pela maior fatia dos serviços urbanos da Capital Paulista.

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