O editorial publicado no último domingo no “Novo Jornal” destaca a situação da Secretaria de Mobilidade Urbana perante à aproximação da Copa do Mundo, onde Natal é subsede, e a atual situação das obras prometidas para a melhoria do trânsito na capital que são prometidas para o Mundial. Confira abaixo o editorial:
A pasta da mobilidade urbana em Natal tem uma característica muito particular: figura entre as que reúnem a maior demanda de providências e, ao mesmo tempo, por irônico e paradoxal, entre as que podem ser mais beneficiadas com recursos, o que não é pouco diante da crise reclamada por todos os gestores que estão assumindo suas funções agora.
Isso porque, por inoperante que possam ter sido os administradores públicos nos últimos anos, a Copa, queiram eles ou não, está confirmada. E parece que o ritmo das obras na Arena das Dunas também afastou o risco de a capital potiguar ser trocada de última hora por velhas concorrentes, como Florianópolis ou Goiânia.
Portanto, sendo irreversíveis tanto a Copa como a escolha de Natal como uma das sedes, o fato é que a cidade vai ter de estar preparada para receber bem não somente as equipes que mandarão seus jogos aqui, mas os torcedores, os locais e os de fora, que virão acompanhar as partidas e participar da festa que é a realização de um mundial de futebol.
Não restam dúvidas que o dinheiro – se não o municipal ou estadual, mas o federal, virá, se não franco, fácil, a fim de que tudo seja feito. Com as obras concluídas ou mesmo em curso, o Brasil não pagaria o mico de ser acusado de desorganização. O que seria bom, ainda mais neste momento em que o filme do futebol brasileiro anda queimado lá fora, não somente do ponto de vista administrativo, mas sobretudo técnico.
A despeito da conquista corinthiana no Japão no final do ano passado, a seleção brasileira ocupa um modestíssimo 18º lugar no ranking oficial da Fifa, a pior colocação do Brasil em todos os tempos. Precisa erguer-se como potência futebolística e como organizador. Mesmo a cartolagem brasileira passa por péssimo momento de imagem na Fifa.
O que têm a ver com isso as famílias hoje imprensadas e brigando na Justiça contra o projeto de ampliação dos corredores de tráfego de Natal batizado de obras de mobilidade? Têm tudo a ver – como tem tudo a ver a postura dos novos administradores.
Se o dinheiro – ao menos imagina-se – não será o principal problema, construir um ambiente, inclusive do ponto de vista legal, que permita a celeridade das obras, será missão da Secretaria de Mobilidade.
Tanto é preciso convencer os cidadãos de que as obras, independente da copa, são importantes para a cidade, como é preciso promover uma transferência justa e sem traumas.
Fonte: Novo Jornal