PE: Passagens de ônibus do Grande Recife terão reajuste de 5,53%

Após quase duas horas de reunião, o Conselho Superior de Transporte Metropolitano decidiu, na manhã desta sexta-feira (4), pelo aumento de 5,5340% da tarifa da passagem de ônibus na Região Metropolitana do Recife. A Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe) deve publicar no Diário Oficial de sábado (5) os valores arredondados das tarifas, que começam a valer no domingo (6). A votação aconteceu no Grande Recife Consórcio de Transporte, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife.

O reajuste seguiu o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), percentual proposto pelo Grande Recife Consórcio de Transporte frente ao Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), que queria aumento de 13%. Dos 19 conselheiros, 15 seguiram o voto do Grande Recife. “O reajuste com base no IPCA vem sendo aplicado pelo governo estadual desde 2007”, explicou o presidente do Consórcio, Nelson Menezes.

Com o reajuste, as tarifas sobem para R$ 2,252 (Anel A), R$ 3,4485 (Anel B), R$ 2,7447 (Anel D) e R$ 1,4780 (Anel G). “Ainda hoje, vamos mandar esses valores para a Arpe, que é a responsável por arredondar o preço das passagens, que deve ser publicada no Diário Oficial de sábado”, informou Nelson Menezes. A expectativa do Consórcio é que os valores fiquem em R$ 2,25 (Anel A), R$ 3,45 (Anel B), R$ 2,75 (Anel D) e R$ 1,50 (Anel G).

Protesto: Após o fim da votação, o diretor de planejamento do Grande Recife, André Melibeu, recebeu um gupo de estudantes que protestava desde o início da manhã contra o reajuste das passagens. Eles chegaram a forçar a entrada na empresa, mas a votação do Conselho ocorreu a portas fechadas.

O encontro com os manifestantes foi para repassar os novos índices das tarifas e as metas de melhoria do sistema de transporte metropolitano. Entre as reclamações dos que protestavam, eles apontaram que reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano ocorreu sem divulgação ampla nos meios de comunicação e que os estudantes não têm representação no Conselho. Dos 19 conselheiros, um representaria os estudantes, mas a pessoa faltou ao encontro desta sexta-feira.

A aluna de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Janaina Oliveira, que integra a executiva nacional da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres, era uma das líderes do movimento. “Não é apenas o movimento estudantil que é contra o aumento da passagem, os trabalhadores também, que nem sabiam dessa reunião e vão ter o custo de vida elevado agora. Além do que pegamos ônibus lotados, sofremos com o calor, nos expomos a situações de violência. Fora que as folhas de pagamento das empresas de ônibus não são públicas, há um aumento baseado em quê? Eles querem lucrar e nós pagamos o pato”, criticou a jovem.

O presidente do Grande Recife, Nelson Menezes, rebateu as críticas. “Sobre a falta representação, nós vamos, até junho deste ano, começar uma nova conferência metropolitana para renovar o Conselho. Não acho injusto que a reunião tenha ocorrido mesmo assim porque esse aumento é apenas para repor a inflação. E sobre a qualidade do sistema de transporte, hoje, a maior reclamação não é falta de ônibus, é o trânsito, que atrasa as viagens. Nossos ônibus são bons e temos tarifas baratas em relação a outras capitais, nós vamos renovar este ano 200 ônibus”, falou.

Atraso na licitação: O G1 questionou o presidente sobre o atraso no lançamento do edital de licitação das linhas de ônibus que integram o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife, que devia ter ocorrido ainda no primeiro semestre de 2012. A licitação pretende regulamentar a prestação do serviço por parte da iniciativa privada, que atualmente funciona por meio de permissão.

Hoje, 18 empresas operam 385 linhas e três mil ônibus. “Houve atrasos por conta de diversas demandas, como aumento do salário dos cobradores e motoristas, do preço do pneu, obrigação de ar-condicionado. Enfim, o edital deve ser lançado ainda neste primeiro trimestre”, informou Nelson Menezes. A proposta do governo, primeira de âmbito metropolitano, tem custo estimado de R$ 15 bilhões e prevê um contrato com empresas e/ou consórcios de empresas em um período de 15 anos, renováveis por mais cinco anos.

Fonte: G1

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