Editorial UNIBUS RN: Grandes mudanças; pouca comunicação

Os usuários de transporte em
Natal foram flagrados, no início desta semana, com mudanças em algumas linhas
de ônibus da capital. As linhas 29 (Soledade II/Campus), 43 (Candelária/Praia
do Meio), 48 (Santos Reis/Nova Descoberta) e 68 (Alvorada IV/Petrópolis)
tiveram seus trajetos amplamente modificados, e interferindo diretamente a
usualidade por parte dos clientes. Sem queremos entrar tanto no mérito da
questão, é possível afirmar que as modificações foram ‘para pior’, e podem ser
consideradas uma regressão, uma vez que, segundo parte dos usuários, eles foram
prejudicados.
Não se sabe ao certo o que levou
as mudanças nas linhas: pedido via necessidade das empresas operadoras; testes
para a licitação por parte de SEMOB (Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal);
fruto de melhoria sendo resultado de testes operacionais também implantados
pela secretaria; baixa demanda nos trechos considerado pelas empresas; etc. E
não se sabe o motivo, justamente, porque não houve qualquer comunicação aos
usuários – nem pelos fatos que levou as modificações, muito menos que haveria
as modificações. Como dito a você, caro leitor, todos foram pegos de surpresa
com as mudanças. Coube, como sempre, aos operadores dos veículos informar, de
maneira extremamente imprecisa, aos usuários sobre as modificações sofridas – e
também coube a eles as reclamações, como se a culpa deles fossem. Historicamente,
as secretarias de transporte da capital nunca tiveram grande êxito em repassar,
de forma clara, informações e modificações importante aos usuários – sempre coube
melhor aos empresários, a variar das empresas.
Ainda assim, uma mudança de tanta
significância – envolvendo mais de uma linha – merecia um enorme alerta, tanto
por parte da SEMOB, quanto das empresas operadoras. Mas a situação é ainda mais
complexa para comunidades isoladas, afetadas pelas mudanças – o bairro de Nova
Descoberta e o Campus da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte),
especificamente. Em Nova Descoberta, a dificuldade de transporte é imensa e
notória. Os moradores, dependentes do transporte coletivo, consideram-se ‘isolados’;
é como se eles estiverem próximos dos centros comerciais de Natal, mas ao mesmo
tempo longe, devido a dificuldade em locomoção – uma vez que é um bairro central;
um escoadouro de grandes outros bairros, como Lagoa Nova, Morro Branco e o
próprio Campus da UFRN. No caso do Campus, talvez seja ainda pior – visto ser
uma demanda crescente anualmente, pelo imenso número de alunos que cresce a
cada ano, além de professores, funcionários e tantas pessoas que necessitam da
Universidade diariamente. Para piorar, com a falência da empresa Riograndense,
no mês de agosto deste ano, saíram de circulação as linhas 03 (Nova Natal/Campus)
e 45 (Brasília Teimosa/Campus).
Por fim, o que pode se esperar
com essas mudanças, é uma superlotação ainda maior no CIRCULAR da UFRN e uma
dificuldade ainda maior de transporte para a população de Nova Descoberta. Ah,
claro, esperamos também melhores ações da Secretaria; a começar com o anúncio
das mudanças – sejam boas ou ruins – das próximas vezes que aconteçam.
Imaginem, então, quando houver a licitação, o sistema mudar completamente, e
ninguém saiba de maneira clara e objetiva como será o novo sistema; muito menos
que isso: nem mesmo qual ônibus pegar. A conferir!

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