Um velho mito em Natal parece sofreu transformação bruta. Era costume se dizer que os donos de empresas de ônibus eram tubarões famintos, sedentos por dinheiro, que reajustavam as tarifas só pelo prazer em prejudicar a população. Em nome deste mito até incendiaram ônibus, sem sequer saber os custos operacionais destas empresas.
E autoridades fizeram muita média negando o reajuste nas tarifas. Outras tantas ampliaram a demagogia com novas gratuidades. Nos tempos de poder o buxixo era sobre uma tal da “bancada do Seturn”, que funcionaria na Câmara Municipal. Nunca mais se ouviu falar em planilha de custos. O setor parece que está ao Deus dará. E a ideia é mesmo levar à falência todas elas.
Agora a realidade que emerge: estão todas quebradas, falidas e pra sobreviver terão se unir em consórcio operacional. Menos pessoal, menos óleo, menos ônibus, menos garagem, menos linhas, menos pneus, menos qualidade no servi’ço, menos tudo. E o Poder Público, na verdade o grande esgoto por onde escorria a gordura das passagens, nem aí. Empresas de Pernambuco já chegaram, compraram quase todos e as que sobraram não terão chance de participar de uma licitação.
É o fim.
Por Ricardo Rosado (Comentarista político da TV Ponta Negra e ex-professor da UFRN)
Fonte: Fator RRH
