Copa 2014: Complexo viário na Urbana não será prioridade

A equipe de transição do prefeito eleito Carlos Eduardo, corre contra o tempo para contornar as três pendências de Natal no Cadastro Único de Convênio (Cauc), cujos registros inviabilizam a formalização e convênios e o recebimento de recursos do governo federal. Outro desafio para o grupo coordenado pela economista Virgínia Ferreira é aprontar, juntamente com técnicos do município, os projetos de mobilidade urbana. A Caixa Econômica Federal, agente financiador das obras, determinou que as propostas precisam ser entregues até o próximo dia 23 – data limite para a capital potiguar assegurar os R$ 275 milhões destinados à série de intervenções planejadas nos lotes 1 e 2.
O lote 1, o mais complicado de ser viabilizado até a Copa do Mundo de 2014 – segundo a equipe de transição do prefeito eleito Carlos Eduardo -, prevê o redimensionamento do complexo viário da Urbana e a criação de um corredor na Av. Capitão-mor Gouveia; enquanto o lote 2 refere-se a obras viárias em seis pontos entre os bairros de Lagoa Nova e Candelária, no entorno do estádio Arena das Dunas.
Entre as prioridades elencadas pela equipe de transição, Virgínia ainda chama atenção para a necessidade de se trabalhar a reforma administrativa. “A primeira prioridade foi resolvida, que era justamente Natal do Cauc. Sem isso não temos como receber recursos nem executar obras”, explicou. Ela ressaltou a preocupação em começar a próxima gestão municipal com dívidas na folha de pagamento, e garantiu que o número de secretarias deverá cair pela metade. “Está em andamento a elaboração de uma proposta para enxugar a máquina da Prefeitura, reduzindo de 27 para cerca de 15 secretarias”, adiantou.
Apesar de circular especulações em torno de possíveis nomes para assumir as pastas, Virgínia garante que não pensa nisso: “Agora é hora de minimizar a situação complicada em que o município se encontra, a população quer respostas imediatas”.
Segundo informações da assessoria de comunicação da Caixa Econômica, os projetos técnicos do lote 1 das obras já foram acatados pelo banco, mas existem pendências de regularização de área, licenciamento ambiental (com exceção do Complexo da Urbana) e autorização do DNIT. Já os projetos do lote 2 foram entregues à CEF terça-feira passada (13h) e ainda serão analisados.
Pendência no Cauc dificulta liberação: O prefeito eleito Carlos Eduardo também participou das reuniões que movimentaram o sexto andar da agência Potiguar da CEF, e durante entrevista exclusiva para a Tribuna do Norte lembrou do compromisso “de colocar a cidade para funcionar” em 200 dias. “Nossos esforços foram ampliados, pois acrescentamos mais duas frentes nesta primeira fase da gestão: retomar as seis obras abandonadas e iniciar os projetos de mobilidade urbana. É um desafio para toda a equipe”. Ele ressalta que a integração com a equipe da Prefeitura tem sido “muito proveitosa” e que “o prefeito Paulinho Freire está colaborando bastante com essa fase de transição”.
Coordenada pela economista Virgínia Ferreira, a atuação da equipe de transição do prefeito eleito está dividida por eixo temático: Trânsito e Transporte, Obras, Administração, Procuradoria e Planejamento.
Carlos Eduardo reconhece que a Copa do Mundo de 2014 “será um momento importante”, mas o evento passa e a cidade precisa de um legado. Além de repetir a missão inicial do que ele chamou de “força tarefa”, que inclui limpar a cidade, recuperar a malha viária, garantir o início do ano letivo e o atendimento nas unidades de saúde, o prefeito eleito garantiu que serão retomadas as obras de drenagem e urbanização em Capim Macio, Paço da Pátria, Nossa Senhora da Apresentação e Favela da África e Vila de Ponta Negra, mais a reforma do Mercado das Rocas. “Apesar de terem sido abandonadas pela atual gestão, essas obras possuem financiamento garantido pela Caixa Econômica”, lembrou.
Ele acredita que as obras de mobilidade urbana não foram iniciadas em Natal devido os impedimentos no Cauc. “Natal ficou com a menor fatia de financiamento, cerca de R$ 275 milhões, entre as doze cidades sedes da Copa por falta de projeto, e é a única que não começou nenhuma obra”, lamenta. “Os projetos concebidos têm problemas técnicos, e estamos trabalhando de manhã, de tarde e de noite, feriados e sábados, para cumprir o prazo dado pela CEF para entrega das propostas até o próximo dia 23”.
Os esforços, segundo o prefeito eleito, estão concentrados na execução do lote 2 (intervenções entorno do Arena das Dunas) e a obra de drenagem da área, que apesar de não ser de mobilidade também está inserido no montante de recursos liberados para atender sub-sedes da Copa do Mundo. Essa obra prevê a drenagem macro do Centro Administrativo, Lagoa Nova, alto de Candelária, Cidade da Esperança, Bom Pastor, Dix-Sept Rosado, Nazaré e Km 06, até o rio Potengi. “Esse túnel de drenagem será fundamental para interligar as lagoas existentes nesses bairros e acabar de vez com os alagamentos”. Carlos Eduardo admitiu a dificuldade em viabilizar o lote 1 até 2014, devido o tempo e as questões de desapropriações que envolvem o projeto.
Nos dias 4, 5 e 6 de dezembro ele está em Brasília participando de uma série de reuniões no Gabinete Civil da Presidência, Ministério do Planejamento, das Cidades, do Turismo, apresentando um mapeamento sobre a atual situação de Natal em termos de projetos, convênios e pendências. “Não adianta ir para Brasília sem projetos e com impedimentos no Cauc, é viagem perdida”.
Fonte e foto: Tribuna do Norte

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