Que a tecnologia está ao nosso favor, disso, ninguém tem dúvidas. Mas ela também trás consigo questões amplamente discutíveis. Existem questões ‘maiores’, claro, mas vou tratar hoje dos itinerários eletrônicos. Antes, porém, um apanhado do imenso poder da tecnologia no transporte – de maneira geral – que nos trazem aos dias atuais: computador de bordo, GPS, câmeras e, principalmente, os sistemas eletrônicos de bilhetagens – estes, já discutidos aqui e que também nos levaria a discussões a parte por todo contexto, principalmente seu avanço, e, automaticamente, extinção da função de cobrador.
Avanços e tendências tecnológicas que passaram a fazer parte do transporte em todo Brasil. Concomitantemente, os itinerários eletrônicos. Ressalto que ainda há as empresas que preferem a boa e velha lona pelos mais diversos motivos – respeitável! Mas os destinos eletrônicos superam. Mais ágeis, práticos, melhor de serem visualizados pelos usuários, e, particularmente, considero que dignifica mais o ônibus. Em Natal, os primeiros ônibus com itinerários eletrônicos surgiram no início dos anos 2000. A Guanabara foi à pioneira. Três ‘Torino GV’ foram adquiridos em 1999 – chegaram com lonas, e seguidamente foram reformados e ganharam a tecnologia. Depois dela, todas passaram a optar pela tecnologia nos veículos. Tecnologia que também avançou, mudando de cor. Em 2006, foi à vez da empresa Trampolim da Vitória ousar, comprando veículos com itinerário eletrônico lateral. Talvez a Guanabara não quisesse perder o posto de inovadora no quesito ‘itinerários eletrônicos’ e em 2008 adaptou um veículo com itinerário eletrônico na cor branca, o primeiro.
Breve histórico deixado de lado, vamos aos fatos. Erros tem existido – o que é péssimo, pois, por falta de avisos/reclamação que não é, e, principalmente, a facilidade de ajustar a falha é imensa! Que eu lembre, listando por empresa, têm-se: Guanabara (linha 02): Veículos do modelo Citmax e Torino 99 mostram apenas o número da linha, e, seguidamente, o itinerário completo; Santa Maria – erro de ortografia: Alguns ônibus da linha Eucaliptos (não sei ao certo qual linha, devido às mudanças de sentido semanais) mostram o nome ‘EUCÁLIPTOS’, com acento agudo na letra “A” – o correto é Eucaliptos; Via Sul – parece que há uma força no conjunto Eucaliptos, pois o erro da Via Sul é do mesmo bairro (também sei ao certo qual linha, devido às mudanças de sentido semanais), mas alguns ônibus mostram ‘EUCALPTOS’, sem a letra “I”; Reunidas – as falhas concentram-se na linha 29, a maioria dos ônibus está com o itinerário mal programado, fazendo com que os destinos individuais apareçam ‘cortados’; Conceição – a campeã! Alguns ônibus mostram pontos das linhas seguidamente, enquanto o número da linha é retirado – ou seja, o usuário corre o risco de perder o ônibus por não saber de qual linha, especificamente, se trata. Além disso, em muitos ônibus da linha 71, é mostrado o destino ‘RIBEIRA’, enquanto a linha é, na realidade, Petrópolis – apesar de passar sim pela Ribeira, mas isso idealiza que o ônibus vai direto para a Ribeira.
Felizmente já não há mais frases de efeito nos itinerários. A Guanabara, por exemplo, sempre gostou muito de refletir sobre as épocas festivas do ano, como carnaval, são João, natal, ano novo, etc. Mas em relação a isso, a Conceição também era campeã. Era comum ver ‘JESUS ESTÁ VOLTANDO, A ESPERANÇA PARA NATAL!!!’ – não que eu seja contra frases religiosas; se tratando de itinerário eletrônico dos ônibus, eu sou contra qualquer tipo de frase. O famoso bom dia, boa tarde e boa noite já está de muito bom tamanho! Que usemos a tecnologia de maneira correta em favor de todos!
Talvez, quem sabe…
A Empresa Metropolitana, de Pernambuco – acionista da Guanabara, aqui de Natal – está testando o chassi Volkswagen na configuração Euro V (17.230 OD). A empresa se manteve fiel a Mercedes-Benz nos últimos anos – tanto em Recife, quanto em Natal. Caso seja aprovado, a Volkswagen fará parte da frota da EME. E para a Guanabara, em Natal?