Garagem.com: As aves foram extintas

Qualquer cidade normal tem empresas de ônibus com uma ou duas pinturas – geralmente, modificando de acordo com o segmento em que o ônibus opera, como no caso da empresa paulista Petitto, ou no sistema metropolitano de São Paulo e Recife, EMTU e SEI, respectivamente. O que se tem visto em Natal é algo, no mínimo, estranho! Já na semana passada abordei aqui o fato de três empresas do nosso sistema – Santa Maria, Cidade do Natal e Reunidas – continuarem fieis as bases do sistema. Claro, lá não houve venda; mas independente de venda, as misturas de pinturas e numerações ‘diversificou’ a coisa de tal modo, no mínimo, impressionante!
Como acabei de colocar, o que tem se ganhado notoriedade para as tantas mudanças é o fator ‘venda’ das empresas. Entre as urbanas, Guanabara e Conceição foram vendidas e passaram, recentemente, a fazer parte de novos grupos empresariais. Entre as metropolitanas, Oceano, Trampolim da Vitória e, tecnicamente falando, a Empresa Barros também. Com a mudança, a primeira ação das empresas foi mostrar a ‘nova cara’ das compradas, os vestígios de quem a comprou. E assim foi feito. De 2009 pra cá – ano em que a primeira empresa foi vendida – todas essas empresas ganharam novos layouts, modificaram e melhoraram suas administrações e em algumas empresas, como Trampolim da Vitória, são notórias pelos próprios usuários as melhoras operacionais.

Mas nesse comboio de ‘mortos e feridos’, uma empresa, que também já destaquei semana passada, vem migrando para um contexto muito mais simples de pintura. A Via Sul. É importante dizer o quanto a empresa se consolidou bem no cenário do transporte local, visto a crise que o sistema, por um todo, tem enfrentado. A pintura, uma das mais lindas do Brasil, deu sua contribuição. Estabilizou, deu um enorme patamar a Via Sul. As cores, cotexto, colocação… Muito mais que uma pintura, uma marca da Via Sul! Mas os gastos devem ter prevalecido. A empresa resolveu mesmo modificar sua pintura. A marca, em si, está mantida; mas muito, muito mais simplificada. As frentes dos veículos têm agora apenas uma cor – o amarelo; a traseira, toda branca, com nome da empresa, número do veículo e site da empresa; Fontes também foram modificadas – adotou-se a simples Arial.

E nem mesmo as laterais escaparam. Ao lado do nome ‘Via Sul’, quatro aves contemplavam ainda mais a logomarca da empresa. Entraram em processo de extinção. Inclusive dos veículos ativos da frota, que já circulam com a devida simplicidade. Também na semana passada, relatei que considero ‘um tiro no escuro’ as empresas modificarem suas pinturas, visto a sombra da licitação já tomar conta do cenário de transporte local, e essa certamente trará a pintura padronizada para o ‘novo sistema’. Talvez pra Via Sul seja mais viável repintar seus veículos agora a continuar tendo possíveis grandes gastos ‘desnecessários’. Compreensível!

Mas confesso – ao nível de analisar todas as empresas: Não há algo pior para um especialista em ônibus do que defender a pintura padronizada. Não defendo; Mas com as tantas misturas dentro de várias empresas, que venha a padronização. Só ela poderá por fim a tanta diversificação. Pois é! As aves foram extintas. Belas pinturas do nosso sistema urbano e metropolitano também!

De volta!

A Cidade do Natal está de volta ao CIRCULAR da UFRN. Está havendo um rodízio de empresas que operam a linha – que é gratuita, e atende o Campus da Universidade Federal em Natal, transportando usuários entre os setores da UFRN e o Conjunto Mirassol. A empresa operou a linha por alguns meses, e, devido o rodízio, entrou a Via Sul em seu lugar.

Muita água vai rolar

Publicamos ontem aqui no UNIBUS RN uma matéria do DN Online que relatava a construção da nova rodoviária de Caicó, no interior do estado. O que se comenta em Caicó é que não há interesse algum nem das empresas rodoviárias que operam linhas onde Caicó é o destino, nem das cooperativas – que atendem cidades próximas – de irem para o novo terminal. A distância seria o principal problema, pois o local do novo terminal foi considerado muito distante da área urbana da cidade. Comenta-se, inclusive, que a principal empresa que opera na cidade, Jardinense, não levará seu guichê e veículos para a nova rodoviária de jeito nenhum! Não se sabe se a atual rodoviária – mesmo na situação calamitosa em que vive – continuará operando e as ‘desinteressadas’ no novo terminal ali possam continuar. Pois bem! A conferir!

Thiago Martins
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