Porém, o que parecia ser uma solução emergencial para a falta dessas linhas também se tornou problema: a linha 700 (Alimentador Nordelândia), anunciada pela SEMOB para tentar desafogar a demanda das duas únicas linhas que restaram nessas localidades (10 e 64 – ambas para o Centro), não chegou a circular dois dias inteiros nesses mais de dois meses.
O impedimento da circulação se dá principalmente pelo SINTRO, sindicato que representa os motoristas e cobradores. De acordo com o sindicato, a linha deve ser impedida de circular até que a situação dos trabalhadores desempregados com a falência da Riograndense se resolva. Infelizmente, como a justiça é muito morosa, talvez demore bastante.
E tal demora, lamentavelmente, só vai prejudicar a população – que hoje se espreme em ônibus superlotados o dia todo e sendo obrigados a usar o sistema de integração para se locomover (com o agravo do prazo – se passar de uma hora, paga outra passagem). 23 ônibus para uma demanda de 10 mil passageiros, mais a que eles carregavam antes desse imprevisto, não dá. É desumano.
Tal situação evidencia três culpados: O SINTRO, por não deixar a frota da linha circular e tentar amenizar tal situação; o SETURN, que não faz valer o poder de empresa, colocando mais veículos para tentar fazer o itinerário (de acordo com o blog “Transporte Público do RN”, apenas um ônibus faria a rota); e a Prefeitura do Natal, que deu as costas para o Nova Natal e comunidades próximas, deixando a população jogados a própria sorte e tentando burlar aquela famosa lei física de que dois corpos não ocupam o mesmo espaço (Nos ônibus das linhas 10 e 64 isso está sendo possível).
Porém, tal problema dos usuários da 03, da 28 e da 700 tem uma solução de um nome simples, mas que tem pronúncia complicada nessa cidade: licitação. Ora, se dizem que o problema se dá pela não concorrência para operação das linhas, autorizem o processo e deixem uma empresa capacitada rodar nos itinerários! O que não é compreensível é deixar uma população inteira sem opções para o deslocamento para pontos vitais da nossa cidade.
No mais, é continuar acompanhando o processo de penúria que os moradores do Nova Natal vivem há quase três meses e esperar a boa vontade dos governantes em querer mudar a situação. Vamos aguardar e acompanhar.