Os primeiros VLTs devem começar a operar entre maio e junho de 2014 e, até lá, segundo o superintendente da STU/Natal, João Maria Cavalcanti, será necessário fazer adaptações, nas paradas do sistema e nos cruzamentos da linha férrea com as principais avenidas da cidade. Nas paradas, a STU/Natal planeja, além de modernizá-las, duplicar a linha férrea, construindo desvios que vão permitir a ultrapassagem de veículos, em dois sentidos. Nos trechos onde for necessária essa adaptação, a CBTU precisará de uma área de aproximadamente 100 metros. Ao todo, são 22 estações nas duas linhas existentes.
Hoje, segundo João Maria, não é possível ainda dizer se haverá necessidade de desapropriações. “O projeto básico que será contratado é que vai fazer o levantamento de cada metro da via permanente”, afirmou o superintendente. Ele informou que, até dezembro, quer lançar a licitação para contratação da empresa que vai elaborar o projeto básico de arquitetura de engenharia para a modernização das paradas e dos acessos, e a automação do sistema. Esse projeto estava previsto em 2008, mas foi abortado por falta de recursos.
O superintendente da STU disse que corre contra o tempo. “Assinado o contrato para a fabricação dos VLTs, vamos ter 15 meses até a chegada do primeiro veículo e precisamos correr para modernizar o sistema”, disse ele. Além da licitação para o projeto básico, a STU/Natal ainda terá que iniciar o processo para contratação da empresa que executará as obras de engenharia. Ele evitou divulgar valores para contratação do projeto básico, mas disse que a verba está assegurada no Plano de Ação 2013 da Companhia.
Já os recursos para a execução das obras serão do PAC Equipamentos, que prevê para o Rio Grande do Norte R$ 154 milhões. Desse montante, R$ 50 milhões serão gastos com a aquisição dos doze VLTs. O restante será aplicado na modernização do sistema. “Como esses recursos estão garantidos por lei, quero aprovar um modelo padrão para as paradas. Acho melhor derrubar as que temos e construir paradas modernas. É mais fácil e mais rápido”, afirmou João Maria.
No caso dos cruzamentos, será necessário uma articulação com o governo do Estado e a Prefeitura de Natal. “O que depende da CBTU”, afirmou João Maria, “estamos planejando e vamos executar, mas, nesse caso, é preciso sentar com o governo e com a Prefeitura para estudar uma solução para os cruzamentos, que sofrerão grande impacto”. Ele citou como exemplo um dos trechos mais movimentados de Natal, a passagem da linha férrea no cruzamento da avenida Bernardo Vieira com a rua Sampaio Correia, nas Quintas. “Com o VLT, nós teremos a cada trinta minutos, no mínimo, dois trens, indo ou voltando. Por isso, é preciso estudar esse impacto e definir mudanças até o início da operação do VLT”, cobrou João Maria. A previsão, segundo a STU/Natal, é de que a empresa fabricante conclua a entrega dos 12 VLTs, num prazo de 32 meses, a partir da assinatura do contrato.
A licitação do VLT seguirá o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), na forma presencial. As propostas serão recebidas em sessão pública, conduzida pela Comissão Especial de Licitação na sede da Companhia, no Rio de Janeiro, a partir das 10h do dia 31. O projeto contempla às linhas Norte (Natal/Ceará-Mirim) e Sul (Natal/Parnamirim) em sua totalidade, ou seja, nos 56,2 km de via existente na região. A previsão é de que, 15 dias após a licitação, o contrato seja assinado.
Integração: Uma das necessidades, quando o sistema VLT entrar em operação será a integração com o ônibus. Segundo o anuário metroferroviário 17 das 22 estações nas duas linhas existentes têm paradas de ônibus nas proximidades. Teoricamente, o passageiro poderia descer do trem e embarcar num ônibus. Contudo, a “integração” existente não contempla a possibilidade de usar a mesma passagem no trem e no ônibus, como acontece em outras cidades, como Recife e São Paulo. “É importante que a nova gestão já estude essa possibilidade”, sugeriu João Maria.
Foto: Alex Fernandes (Tribuna do Norte)
Com informações: Tribuna do Norte