A dona de casa Jucileia de Oliveira Lira, que mora na rua do Falcão há 30 anos, explicou que os ataques não são recentes, onde os criminosos esperam as vítimas em paradas de ônibus e também durante o percurso até os pontos do local. Assaltos e roubos a residências que também acontecem com freqüência em toda a rua. “Aqui nós temos um horário especifico para sair, pois hoje não podemos mais ficar nas calçadas. O medo de ser assaltado é grande e os moradores terminam optando por se trancar, mas às vezes nem isso funciona, pois os ladrões invadem as casas e roubam do mesmo jeito”, comenta.
A cabeleireira Fátima Cruz informou que seis casas já foram arrombadas na rua, sempre com bandidos fugindo pelos matagais em direção ao Cemitério Morada da Paz. Ela disse, ainda, que muitos moradores reclamam também da iluminação que é precária, facilitando a vida dos criminosos. Já uma moradora da rua dos Ciprestes, que pediu para não ser identificada, disse que os roubos são feitos por motoqueiros que ficam indo e vindo, com a vantagem de ter a péssima iluminação, ela chegou até a citar que três rapazes foram roubados nesta sexta-feira, 5.
“Aqui na rua em que eu moro, as pessoas são roubadas por motoqueiros na porta de casa. Ontem, três rapazes foram roubados por motoqueiros que passam o dia todo andando pela Rua. Eles não têm horário fixo, pois atacam tanto de dia quanto a noite. Hoje quem precisa do transporte tem 90% de chances de ser roubado aqui”, comenta a moradora.
Porém, o ponto que registra mais ocorrências é a avenida dos Pintassilgos, perto da garagem da Empresa de Ônibus Santa Maria, onde o comerciante Francisco Felipe Souza Oliveira, informou que os assaltantes não têm horário para o ‘trabalho’ e que várias lojas como a dele foram roubadas, em sua maioria por motoqueiros. Quando não é na loja é quando está se chegando do trabalho em casa que eles atacam. “Hoje, ao abrir e fechar a loja eu fico recoso, pois Toda vez eu tenho que olhar o movimento da rua e se tem algo errado e quanto estou chegando em casa a tensão é redobrada”, explica.
Outro problema que facilita a ação dos bandidos é a demora dos ônibus que faz com que pessoas permaneçam nas paradas a mercê dos assaltantes, que é o caso do aposentado João Reinaldo Cavalcante, 68 anos, que já testemunhou vários roubos nas paradas de ônibus. “Aqui já vi vizinhas minhas serem roubadas e não tive como ajudar, agora as empresas de ônibus deveriam organizar os seus horários e assim auxiliar a comunidade, pois aqui você tem que andar precavido e rezar para o transporte passar rápido”, comenta o morador.
O presidente da Associação de Moradores da Cidade Satélite (Amocisa), Anízio Lúcio Barbosa Neto, explicou que o problema da segurança é por uma série de fatores que vai desde a poda correta das árvores a limpeza dos terrenos baldios no local. Ele também pede que alguns locais passem a ser mais patrulhados como o espaço da feira do Planalto que é um conhecido ponto de vendas de drogas, onde maiorias dos criminosos tentam trocar a mercadoria roubada por crack e maconha.
“Já solicitamos a poda das árvores à Prefeitura de Natal que não fez nada, sem contar com a iluminação que é péssima quando não é quebrada pelos criminosos. Até temos policiamento, porém uma viatura apenas não dá conta de todo o Conjunto, pois hoje existem várias vias de saídas do Conjunto que dão acesso a BR 101, ao Planalto e também a Candelária e San Vale. Agora é importante que o policiamento observe as redondezas da feira do Planalto, pois lá onde é feito o comercio das drogas”, explica o presidente da Amocisa.
Fonte: Jornal de Hoje