Editorial UNIBUS RN: Gostar de ônibus sempre será coisa de criança?

Neste finalzinho de dia das crianças, data essa muito especial no imaginário de todos – até mesmo quem já é adulto –, convidamos você, caro leitor, que gosta, entende ou só admira ônibus para refletir um pouco sobre a sua paixão, já que o atrai até esta página, e tirar algumas conclusões. Reflexão essa que dá título ao nosso editorial de hoje: Gostar de ônibus sempre será coisa de criança?

Tal pergunta reflete muito a imagem que a busologia – ou o estudo do transporte, como também pode ser chamada – tem hoje na sociedade. Não é incomum, em qualquer lugar, encontrar pessoas que dizem que esse hobby é coisa de doido ou de criança – apesar de barbados e gente de mais idade compartilharem do que gostamos.

O problema, caro leitor, não é na forma como as pessoas veem este hobby – que é um como outro qualquer. Tal denominação se dá pelas atitudes e/ou ações que alguns especialistas tomam e/ou fazem para somente praticar aquilo que gostam.

Recentemente foi veiculada em uma emissora mineira uma reportagem sobre os busólogos locais. Claro, isso gera orgulho para todos da classe, pois mostra uma atividade que cresce a passos largos no Brasil. O enfoque da reportagem foi excelente, mostrando a essência de como é ser um admirador ou estudioso do ônibus. Mas, algumas atitudes mostradas na matéria, como correr atrás de alguns desses veículos, se arriscando somente para tirar a melhor foto, infelizmente só arranham a imagem da busologia perante a sociedade.

Mas, não é só em Minas Gerais que atitudes infantis estão acontecendo. Em vários polos da busologia brasileira, incluindo nordestinos (Nos reservamos em não dar o nome dessas localidades), briguinhas por besteiras, atitudes impensadas e atritos desnecessários, por exemplo, estão mostrando o lado mais criança da busologia: o lado impulsivo, sem o bom pensamento do que se pode fazer, nem mesmo pensando nas palavras que se vai escrever ou falar.

Se fosse o caso, citaríamos aqui todas as ações presenciadas pela nossa equipe em diversos locais, redes e mídias sociais, das quais tiramos essa conclusão. Porém, como são muitos os acontecimentos e, certamente, você se cansaria de ler este texto, antecipamos uma conclusão preocupante e que responde a pergunta lá do início deste editorial de hoje: infelizmente, o que muitos fazem demonstra o quanto a busologia hoje está se infantilizando para poder crescer.

É necessária uma mudança de pensamento e atitudes. Se a busologia é uma criança hoje, o ciclo da vida tem de continuar, dando a adolescência e a idade adulta a esse hobby! Não é possível que pessoas mais maduras tenham atitudes de crianças pequenas apenas para promover sua forma de ver e estudar o ônibus. Tornar o hobby “crianção” só afasta aqueles que, realmente, querem mostrar o que sabem e exercer, corretamente e maduramente, a paixão pelos ônibus.

É preciso amadurecer as atitudes, fazendo do hobby de estudar e admirar ônibus coisa de gente grande – de preferência, colocando essa mentalidade naqueles que, desde cedo, já gostam e admiram ônibus.

E nada melhor do que o dia das crianças para refletirmos sobre essas atitudes. É preciso fazer da busologia coisa de gente adulta. Já passou da hora de crescer!

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