O prejuízo dos empresários foi de R$ 500 mil, segundo informações do diretor de comunicação do Seturn, Augusto Maranhão. Segundo ele, além dos dois ônibus queimados, outros 50 veículos foram depredados. Para o presidente da OAB/RN, Paulo Eduardo Teixeira, todo movimento é legítimo desde que seja respeitado o direito da outra parte. “Vamos observar, mas esperamos que os envolvidos usem bom senso e encontrem uma solução para o bem da sociedade”, disse.
Após a queda de braço dos últimos dias – a suspensão havia sido considerada ilegal pela prefeitura, que ingressou com uma ação contra o Seturn, assim como o Ministério Público Estadual – o tom entre os empresários do setor e membros da prefeitura era de conciliação pelo retorno do sistema de integração.
Entre as medidas discutidas para tentar melhorar o sistema de transporte público de Natal ficou definida a criação de uma comissão formada por membros da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semdes), Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Rio Grande do Norte (Sintro), além de Seturn e Semob.
Fraude
O diretor de comunicação do Seturn, Augusto Maranhão, informou que o sistema havia sido suspenso por uma questão de sobrevivência já que com o retorno da tarifa a R$ 2,20 as empresasestariam enfrentado uma situação de desequilíbrio financeiro. “Uma fraude nos cartões de passagem tem afetado seriamente as empresas. No início do sistema de integração cerca de 300 mil pessoas utilizavam o sistema, atualmente são quase 1,7 milhão. Esse número é muito alto”, destacou.
Maranhão disse que a fraude ocorre da seguinte forma: um usuário que tem direito ao cartão mas não o utiliza, vende-o a um cambista por um valor bem mais barato. O cambista, por sua vez, vende uma passagem do cartão nos pontos de ônibus e logo em seguida outra que deveria ser gratuita em até uma hora. “É uma evasão de passagens muito grande. Isso tem que ser investigado e solucionado”, afirmou. Márcio Sá informou que a comissão vai analisar a possível fraude no sistema de transporte apresentada pelo Seturn, mas não anunciou prazos.
Um motorista que preferiu não ser identificado contou a reportagem do Diário de Natal que conhece um cambista que tem seis funcionários trabalhando para ele. Cada um ganha cerca de R$ 600 para venderas passagens em vários pontos de ônibus espalhados pela cidade. “Os culpados são os usuários que recebem cartões de suas empresas, não utilizam e repassam para os cambistas”, disse. Segundo ele, um funcionário do governo do estado que recebe R$ 600 no cartão vende as passagens ao cambista por R$ 450. “O cartão está com o cambista desde fevereiro do ano passado”, afirma.
Fonte: Diário de Natal