Uma das líderes do movimento “Revolta do Busão”, Géssica Régis, disse, logo após a decisão da Câmara, que o decreto é uma vitória do movimento e não dos vereadores. “Não confiamos nos políticos. Eles apenas legitimaram algo que estava no nosso pleito. Vencemos a luta”, considerou.
Aproximadamente 100 estudantes seguiram até ao Viaduto do Baldo, onde se aglomeravam para realizar o roletaço. Como o decreto só terá validade após a publicação, caso não haja intervenção da Procuradoria Geral do Município, os estudantes decidiram iniciar o ato simbólico.
No começo, o movimento contava com a presença de lideranças do movimento estudantil, e se dava de forma organizada. Após alguns minutos, os ônibus começaram a desviar a rota pela avenida do Contorno, e saíam já na rua lateral ao Cemitério do Alecrim.
Sabendo disso, os estudantes seguiram a pé pela ladeira do Baldo até o Alecrim. Lá, o movimento começou a atacar os ônibus. Estudantes que não fazem parte do movimento Revolta do Busão agiram de forma abusiva contra motoristas, que reclamavam da ação. Muitos se lançavam em frente aos ônibus, obrigando-os a parar. Pessoas dentro dos transportes coletivos temiam o protesto ou reclamavam através das janelas.
Um ônibus da linha 64, da Guanabara, chegou a ter o para brisa trincado com uma pedrada. Ônibus também eram alvo de pichações de um jovem encapuzado. De acordo com Lucas Álvares, de 17 anos, membro do movimento Revolta do Busão, atos como esses não são da autoria do grupo estudantil que luta contra o movimento das passagens.
“Quando as lideranças saem e as pessoas não obedecem a quem está organizando o movimento, o roletaço acaba perdendo o controle e deixa de ser um ato democrático, visto que ofende o direito de ir e vir das pessoas. Era para ser algo pacífico”, lamentou o estudante.
Em meia hora, muitos estudantes já tinham subido nos ônibus e seguido os seus destinos e o movimento foi dispersado.
Foto: Junior Santos (Tribuna do Norte)
Fonte: Tribuna do Norte