A semana foi marcada pelos números. Grandes números, na realidade. No início da semana, a linha 700 (Alimentador – Nordelândia) – linha de maior prefixo entre as mais de 100 linhas urbanas – iniciou suas operações. Seguidamente, houve o aumento no valor da tarifa urbana, de R$ 2,20 para R$ 2,40. Coincidências: nenhum dos grandes números (seja o da linha 700, apenas representativo; ou os R$ 2,40, valor da nova tarifa) agradou aos usuários. Mais coincidências: Ambos grandes números resultaram em revoltas.
Considerada um temor para os funcionários da Viação Riograndense, a linha 700 foi ‘obrigada’ a sair de circulação, em meio a protestos de sindicalistas. O ‘remédio’ encontrado pela Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB) para suprir a imensa demanda do conjunto Nova Natal – atendido parcialmente pela Viação Riograndense, que decretou falência, e, com isso, suspendeu as linhas operadas – foi recebido como um ‘veneno’ pelos funcionários da antiga empresa. Isso porque tais funcionários ainda não receberam nem mesmo seus direitos trabalhistas, e maioria têm pretensão de poder continuar trabalhando no segmento, sendo assim, contratados por uma nova empresa que venha operar, em definitivo, no lugar da Riograndense. A linha 700 só fortaleceu as empresas que a operaram, levando ao ato de ‘cancelamento’ por parte dos sindicalistas, que alegam apenas defender seus direitos. De fato! A nova empresa – seja de fora, ou alguma do sistema – atenderá em definitivo não só os anseios dos ex-funcionários, mas, principalmente, da população, que têm sofrido imensamente pela suspensão das linhas que eram operadas pela Riograndense.
Já a outra revolta foi de muito mais força. A sociedade ainda está repercutindo o protesto organizado nas redes sociais contra o aumento da tarifa de ônibus. Desde o que já se previa para o momento da manifestação – caos no trânsito, atraso nos ônibus – até o uso da força policial para conter os manifestantes. Em meio a pichações em ônibus e muros, um novo protesto já foi marcado, dessa vez, com concentração na frente da Prefeitura de Natal. A questão de aumento de tarifa – e consequentemente manifestos que acontecem – são extremamente complexos. Desde o passado, as reflexões que fazemos, sobre as seguidas vezes que este ‘filme’ já se passou, e, principalmente quantas vezes ainda se fará presente. Infelizmente o poder público ainda insiste em ser o vilão neste filme, deixando de lado subsídios para as empresas de ônibus e mantendo a alta carga tributária. Torcemos e esperemos que esse filme possa, num futuro próximo, ganhar um novo desfecho, e os usuários não tenham que pagar um alto valor, deixando de ser o exclusivo fiador dos descontos e impostos empresariais.
Outro grande número relacionado ao transporte também se fez presente esta semana. Este, porém, reuniu as informações aqui comentadas, entre as tantas outras que já foram expostas nos últimos seis meses: Os 100 mil acessos ao UNIBUS RN. O número que mostra a preferência dos interessados no tema transporte em informações ágeis, claras e objetivas, contempladas com matérias especiais, criatividade, opiniões aprofundadas e abundantes imagens. Mais coincidências? Também gerou revolta!