No primeiro dia com a nova tarifa, linha 700 foi suspensa

Falta de subsídios e alta carga tributária estão entre os fatores que fizeram a tarifa aumentar de preço
Muitos usuários do transporte coletivo foram surpreendidos com o aumento na tarifa de ônibus de Natal. O anúncio feito na noite desta segunda-feira (27) pela Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB), informando que o valor passaria de R$ 2,20 para R$ 2,40. Nesta terça-feira (28), muitos usuários ainda não sabiam do novo valor, que é a segunda mais cara da região nordeste, atrás apenas de Salvador, onde custa R$ 2,80.
O G1 – Portal de Notícias da Globo no Rio Grande do Norte – entrevistou usuários que reclamaram da nova tarifa, afirmando que o serviço prestado não é de boa qualidade: “Eu não sabia. Fiquei sabendo há pouco e acho isso um absurdo. Eu pego quatro ônibus por dia e é um gasto muito alto”, afirmou a estudante Maria de Fátima Silva. Ela relatou que o preço cobrado não condiz com a qualidade dos serviços oferecidos. “O ônibus demora a passar e quando vem é assim, lotado”.
Entre as explicações da Prefeitura do Natal para o reajuste publicado no Diário Oficial do Município (DOM), estão “que o último reajuste se deu em janeiro de 2011 e que durante esse período já houve (sic) dois reajustes salariais dos operadores, bem como a majoração no preço do diesel e demais insumos; que a tarifa de transporte coletivo é a única responsável pela manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do sistema de transporte”.
Também em entrevista ao G1, o diretor de comunicação do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal (SETURN), Augusto Maranhão, informou que o novo valor não é integralmente repassado às empresas: “Dos R$ 2,40 cobrados, nós só ficamos com R$ 2,16. A diferença, os R$ 0,24 restantes são impostos do Estado e da Prefeitura. O ISS e o ICMS”, afirmou.

Augusto também assegurou que as empresas já tentaram reduzir as cargas tributárias, mas não foram atendidos: “Nós tentamos diversas vezes reduzir o índice de ICMS que incide sobre o óleo diesel comprado pelas empresas de transporte. Entretanto, o Governo do Estado não nos concedeu a redução. Em contrapartida, concedeu para o óleo de aviação usado no Aeroporto Augusto Severo e nos barcos de pesca do Canto do Mangue”, disse.
Para Augusto, a falta de subsídios também serve de agravante para o aumento no valor da tarifa, pleiteada desde janeiro pelos empresários: “Se tivesse sido concedido no início do ano, a Riograndense não teria fechado as portas”, alertou.
Fonte: www.g1.com
Linhas metropolitanas também estão com novo valor

As linhas que interligam Natal e cidades próximas (entre semi-urbanas e metropolitanas) também passaram a operar nesta terça-feira (28) com o novo valor de R$ 2,40. Entre as semi-urbanas, estão às linhas de Golandim, Regomoleiro, Jardim Petrópolis, Santa Rita, Eucaliptos e Nova Parnamirim. Já entre as intermunicipais estão São Gonçalo, Santa Tereza, Liberdade, Cajupiranga, Parque Industrial e Emaús.
Estudantes preparam manifestação
Estudantes marcaram para a próxima quarta-feira (29), às 17h30, uma manifestação contra o aumento da tarifa na parada do Circular da UFRN, no conjunto Mirassol, zona sul de Natal. Na rede social Facebook, o informe sobre a manifestação foi uma das imagens mais compartilhadas entre usuários da rede desde a noite de ontem.
Linha 700 saiu de operação

24 horas após entrar em operação, a linha 700 (Alimentador – Nordelândia) saiu de circulação na manhã desta terça-feira (28). De acordo com informações obtidas no terminal do Soledade I, a desativação da linha decorreu por protestos de integrantes do Sindicato dos Rodoviários no terminal, impedindo a saída dos veículos. Os protestos teriam ocorrido pela demissão dos 150 funcionários da empresa Riograndense – que decretou falência no último dia 12 – e ainda não receberam os direitos trabalhistas.
A criação da linha 700 foi uma das alternativas emergenciais encontradas pela SEMOB e SETURN para amenizar os transtornos pela falta das linhas 03 (Nova Natal/Campus/Viaduto de Ponta Negra) e 28 (Nova Natal/IFRN), operadas pela Riograndense e que foram suspensas com a falência da empresa.
Por Thiago Martins

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