Esses desafios exigem um planejamento integrado para a Região Metropolitana de Natal, que leve em conta os atuais tipos de transporte e a necessidade de definir uma proposta de política sistêmica, “que contemple o transporte em sua totalidade, incluindo outros modais”. A demora nos deslocamentos, os longos congestionamentos e a falta de acesso ao transporte, são problemas recorrentes, no atual modelo, e se agravaram, nos últimos anos.
Para se ter ideia, entre 2000 e 2010, a população de Natal cresceu 12,83%, enquanto o número de viagens diárias de ônibus, por exemplo, aumentou em apenas 2,17%, seis vezes menos. Com 322 mil veículos circulando nas ruas, Natal detém quase metade da frota de todo o Estado. Diante dos desafios elencados, os prefeitáveis enumeram soluções e propõem, além da restruturação do sistema de transporte, a reordenação da malha viária. A maioria promete fazer a opção, dentro do planejamento de mobilidade urbana, pelo transporte público de massa.
Confira abaixo o que os candidatos propõem para as áreas de transporte e trânsito:
Mineiro (PT): “Nós vamos retomar os projetos de obras de mobilidade, que são estruturantes, e que independem da Copa. A prioridade deles e o papel que eles têm é para mudar a relação com o trânsito e com o transporte de nossa cidade. Vamos trabalhar com prioridade para o transporte público coletivo. Nesse sentido, temos um conjunto de proposições para criar os corredores articulados, exclusivo para ônibus e com ônibus articulados. Vamos trabalhar o famoso BRT. Teremos uma ação proativa na questão do Veículo Leve sobre Trilhos e para isso vamos convocar o Governo do Estado, os municípios da região metropolitana, tanto ao sul, como ao norte de nossa cidade, para pensar a questão do VLT, e vamos implementar o plano de ciclovias. É preciso pensar a sinalização, abrir vias alternativas para incentivar que as pessoas recorram menos ao transporte privado e mais ao transporte público. Para tanto, é preciso também reorganizar o nosso órgão gestor, a Semob, para termos condições de construir um sistema que garanta qualidade de vida para a população”.
Roberto Lopes (PCB): “Transporte não é para dar lucro. Transporte é para o povo. Criaremos os conselhos populares para discutir com a população alternativas viáveis de transporte público. Integraremos a região metropolitana através de um transporte de qualidade. Precisamos investir em alternativas de transporte, como VLTs, ciclovias. É preciso garantir o transporte gratuito para idoso, estudantes, deficientes físicos e desempregados. É preciso garantir o transporte noturno, em horários regulares. A gente não pode sair do trabalho de madrugada e não ter transporte para ir para casa. É preciso criar uma empresa pública para que norteie a linha do transporte público. É preciso rever a questão da tarifa atual. Discutir transporte de massa é baixar o preço da passagem. A gente não aceita essa passagem cara. No governo do PCB nós vamos desenvolver ciclovias, como alternativas de mobilidade urbana, e construir uma ponte que ligue o Baldo ao Potengi, porque é importante desafogar o trânsito. Construiremos também edifícios estacionamentos, para desafogar o centro da cidade”.
Robério Paulino (PSOL): “A cidade está totalmente esburacada e nós queremos fazer um grande mutirão, com a contratação de trabalhadores em regime de bolsa, temporários, para poder tapar os buracos, porque os buracos quebram os ônibus, quebram os carros, e têm levado ao aumento da demora no deslocamento das pessoas. É preciso repensar todo modelo, como uma coisa sistêmica integrada, com outros tipos de transporte que não seja apenas o rodoviário, e também repensar o modelo baseado no automóvel. Temos que estimular as pessoas a deixar o automóvel em casa, desde que tenham um transporte de massa eficiente, confortável, e isso é possível. Nossa proposta é criar uma Empresa Municipal de Transporte para disputar a licitação e, ao mesmo tempo, vamos exigir das empresas de transporte a renovação e ampliação da frota. Vamos rasgar ciclovias em toda a cidade, pensar o transporte ferroviário, enfim, repensar todo o modelo de mobilidade urbana, com prioridade para o pedestre, para que a cidade flua e não esteja travada como está hoje em dia”.
Rogério Marinho (PSDB): “Esse é um problema que vem afetando a população como um todo. Existem medidas a curto, médio e longo prazo. De curto prazo, vamos estabelecer através de um consórcio intermunicipal centrais de carga nos principais acessos de Natal, para impedir que veículos de grande porte possam trafegar dentro da cidade e fazer carga e descarga entre seis da manhã e dez da noite. Nós vamos também colocar câmeras nos principais semáforos da cidade para permitir uma gestão inteligente do trânsito, para fazer a semaforização, que é a onda verde, e a inversão de fluxo no horário de grande movimento. A opção que vamos fazer é pelo transporte público de massa. Isso significa estabelecer nas diversas áreas da cidade, corredores exclusivos de ônibus e taxi. A médio prazo vamos trabalhar com intervenções no nosso sistema viário, com passagem de níveis e costumização de ruas, no sentido leste/oeste. Avenidas como Antônio Basílio, Miguel Castro e Nascimento de Castro podem e devem ser trabalhadas até a Napoleão Laureano, que dá acesso a Felizardo Moura, e a zona norte”.
Fonte: Tribuna do Norte