Recebi a informação de que alguns ‘janelinhas’ – aquelas pessoas que vendem vale-transporte ilegalmente em diversos pontos da cidade – foram presos recentemente no terminal de ônibus do Conjunto Santarém, na zona norte de Natal. Os ‘janelinhas’ estavam comercializando seus ‘produtos’ no próprio terminal (vejam que ponto já chegou!) e, diante da situação, a polícia começou a fazer buscas por estes ilegais, resultando na prisão dos vendedores.
A venda ilegal de vale-transportes é crime. Para os funcionários de empresas que revendem seus vales aos ‘janelinhas’, pode até ser motivo de demissão da empresa. Infelizmente o uso inconsciente do vale-transporte – um direito dos trabalhadores – tem predominado na cidade. É possível notar que é cada vez maior o número desses vendedores ambulantes em paradas de grande movimentação. Isso é péssimo. Na prática, entre as tantas mazelas que trás ao sistema, contribui para a defasagem do sistema (influenciado diretamente em todas as empresas) e atrasa significativamente as viagens dos ônibus, já que os usuários têm de entregar o cartão aos vendedores após o uso. Independente disso, é algo que, ao que parece, rende um bom dinheiro para os vendedores, que chegam a ter até 12 cartões para vender passagens.
Pois bem. Essa era uma questão que eu já vinha pensando em discutir; Discretamente, fui, dia desses, a parada do Centro Comercial do Alecrim, por volta das 19:00H, quando o movimento já não é mais tão grande, e os janelinhas ainda estão por lá. Puxei conversa com um dos vendedores, talvez o mais extrovertido – pois a conversa decorreria melhor. Além do obvio – que eles ‘compram’ esses cartões de funcionários de empresas que se deslocam em automóvel próprio – ele revelou seu lucro mensal. Não hesitou dizer: “Uma média de R$ 1.100,00 por mês”. Eu não acreditei, e me expressei com tamanho espanto que repeti o valor: “R$ 1.100,00?”, e ele confirmou, fazendo questão de listar alguns investimentos que já estava fazendo para sua casa, como a compra de uma nova televisão e um novo som.
Independente de ser verdade ou não o valor da renda de quem ‘trabalha’ com isso – se é que pode ser considerado trabalho, né?! – não dá para negar que é, pelo menos, o sustento dessas pessoas. Sustento de uns, mas que desgasta os outros. Como já coloquei, são questões como a venda ilegal de vale-transporte que sucateia as empresas e, em meio a um sistema já complexo, é como um incentivador para a destruição total. E é de extrema importância termos noção: Empresas sucateadas, pior principalmente para o usuário – até mesmo aqueles que vendem seus vales e os que compram ilegalmente nas paradas.
Como resalva – e até sonho para o futuro – vale lembrar que a tecnologia está a nosso favor, e já é possível termos reconhecimento biométrico dentro dos ônibus. Acredito que não demorará muito para esse investimento chegar aos sistemas eletrônicos da nossa região metropolitana. E nem a ousadia de alguns vendedores em entrar nos ônibus para passar o cartão servirá mais!
Menos um
Com a retirada dos cobradores em parte dos ônibus da frota de Natal, as empresas Santa Maria e Reunidas estão retirando também bancos das fileiras dos ônibus. A ideia começou na Reunidas, nos ônibus com a porta de saída no meio; devido a aglomeração das pessoas no meio do ônibus e a parte traseira por vezes vazia, a empresa deixou algumas fileiras da parte traseira com apenas um banco, resultando em ainda mais espaço para os que vão em pé, e fazendo um convite aos usuários para ocuparem a parte traseira do ônibus, já que dispõe de um considerável espaço. Até agora ainda não vi resultado. A aglomeração continua no meio, próximo a porta. Mas a iniciativa foi ótima! A partir dessas mudanças na Reunidas, a empresa-irmã Santa Maria também deixou alguns de seus ônibus com banco único nas fileiras traseiras, até mesmo os que têm a porta de saída após o eixo traseiro.
Ainda mais simples
A Via Sul colocou mais dois ônibus seminovos nas ruas: 05083 e 05084. Os prefixos pertenciam a um GLS BUS e Alpha, respectivamente, ambos com chassi Mercedes-Benz OF 1620. Os novos são agora Torino GVU com motor Mercedes-Benz OF 1722, semelhante aos carros 05079, 80 e 81 que a empresa colocou em operação recentemente. As principais curiosidades são, primeiramente, para a área de atuação, que continua a mesma dos antigos: Nova Parnamirim; segundamente pela utilização de cobrador e, por fim e talvez o principal atrativo, suas pinturas que estão ainda mais simples que os demais carros. Dessa vez, além da numeração dos veículos, o nome ‘Via Sul’ também veio em uma fonte comum, divergindo da logomarca original da empresa; a traseira está em cor branca, apenas com o nome da empresa em azul. Reitero meus lamentos pela perda integral de uma pintura tão linda como a da Via Sul!
Thiago Martins
[email protected]
[email protected]