Alunos reclamam de bloqueio nas carteiras de estudante

101233A suspensão de carteiras de estudantes, anunciada semana passada pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, pode ter afetado alunos regularmente matriculados em escolas e universidades de Natal. O fato foi constatado durante a manhã de ontem, em frente aos postos de atendimentos a estudantes e guichês para venda de passagens que funcionam no shopping Via Direta, onde alunos procuravam explicações para o bloqueio.

No dia 17 de agosto, em reportagem publicada na Tribuna do Norte, a Comissão de Fiscalização da Meia Passagem da Semob informou que bloqueou cerca de 2,5 mil carteiras após constatar pendências de duas instituições de ensino junto ao município – a Central Geral dos Trabalhadores (CGTB) e a Associação dos Alfabetizadores do Brasil Alfabetizado RN, ambas temporariamente desabilitadas para emitir o documento.

Segundo estimativas da Semob, o universo de estudantes aptos a receber o documento em Natal é de 323 mil pessoas, e que há 543 instituições de ensino cadastradas na Secretaria.

A universitária Amanda Laissa Nunes de Souza, 22, graduanda no curso de Relações Internacionais da Universidade Potiguar, lembra que o cartão de ônibus (emitido pelo Seturn/Natal Card) deixou de funcionar no início do mês de julho de uma hora para outra. “Achei estranho, pois ainda tinha seis reais de crédito no cartão, e cheguei a perguntar para amigas se o problema também havia acontecido com elas. Como estava de férias, só estou procurando resolver o problema agora”, informou.

Após consulta ao sistema Central de Estudantes, que interliga o cadastrado de escolas, da Semob e do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Seturn), verificou-se que seu status está regular. “Me disseram, durante o atendimento, que não há como explicar o problema, e que tenho que ir até a Ribeira para desbloquear o cartão”.

As estudantes Fabrícia Dayana Linhares, que cursa Assistência Social na Fatern; e Aline Gabrielle Medeiros, aluna da UnP, que também tiveram seus cartões suspensos sem motivo aparente, conseguiram reverter a situação na central de atendimento do Seturn na Ribeira. “Foi fácil, passaram o cartão em uma máquina lá e resolveram, mas ninguém soube explicar nada sobre o motivo do bloqueio”, recorda Aline Medeiros.

Já Fabrícia, que passou 15 dias pagando passagem inteira, tem o cartão de ônibus urbano e o selo emitido pela Prefeitura, mas terá que tirar outra carteira de estudante para poder pagar meia nas linhas intermunicipais. “Sou de Santa Cruz, e esse selo não é reconhecido pelo DER-RN como identidade estudantil”, lamenta.

O caso do estudante Rafael Pires Gabriel Júnior, 22, aluno do curso de design gráfico da escola Gracom, na Cidade Alta, é um pouco diferente. Ele está pagando tarifa integral há mais de 40 dias, e foi informado que “a escola onde estudo terá que reenviar documentação para fazer outro cadastro. O problema é suspender sem avisar nada”.

Na listagem obtida pela TN, com a relação de estudantes que tiveram suas identidades estudantis suspensas e procuraram o posto de atendimento no Via Direta, constam estudantes de escolas e universidades públicas e particulares. A orientação é para que o estudante, que tiver sua carteira suspensa, procure uma entidade estudantil – em Natal são quatro entidades habilitadas: URNE, DCE-UFRN, Abern e Ujern.

O diretor de operações e permissões da Semob, Donato Fernandes, disse por telefone que o selo emitido gratuitamente pela Prefeitura de Natal vale como carteira de estudante em todo território nacional, “pois são emitidas com a chancela da UBES e da UNE”, e que o fato do DER-RN não conceder meia passagem aos estudantes que moram em outras cidades “esbarra em questões políticas”: “Se a  Prefeitura estendeu o benefício para alunos do Estado, não há motivos para o DER não reconhecer a legitimidade do selo. A questão é que há parceria do órgão com as entidades que emitem carteiras”, criticou.

Sobre a suspensão de carteiras, o diretor garantiu que o bloqueio só pode ser feito pelas próprias escolas e universidades. “No caso da rede particular, alunos podem ter as carteiras suspensas caso esteja inadimplente. Há casos também de cartão com defeito, má utilização, entre outros problemas”. Ele lembrou que o cálculo da tarifa do transporte urbano também considera a quantidade de carteiras de estudantes emitidas.

Foto: Emanuel Amaral (Tribuna do Norte)
Fonte: Tribuna do Norte

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